Era uma vez uma manhã
bela, cheia de sol. Eram 16 dias do mês de abril de 1940. Era um médico que ao
sair do seu consultório tropeçou na rua num rato morto. Era em Oran, na
Argélia.
Assim começa um surto
de peste que brevemente tomará conta de toda a cidade, segue-se a quarentena e
a cidade torna-se irrespirável. Os seus habitantes chegam a um estado de
sofrimento, de loucura e de compaixão quase indescritíveis. A existência do ser
humano é o ponto de partida da narrativa. Vivemos para quê, para quem?
O livro, de um Nobel da
Literatura muito peculiar, narra o horror mas também a resiliência do ser
humano. A sua leitura muito atual – infelizmente! – se nos comove pela tragédia
da narrativa, dá-nos a esperança de que havemos de sobreviver. Albert Camus nasceu em
Mondovi, na Argélia, a 7 de novembro de 1913. Foi-lhe atribuído o Prémio Nobel
da Literatura em 1957. Em 4 de janeiro de 1960, Camus morreu num acidente de
viação perto de Sens.
“Tudo
o que o homem podia ganhar no jogo da peste e da vida era o conhecimento e a
memória. O bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas
de anos adormecido (...) espera pacientemente, (...) e viria talvez um dia em
que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus ratos e
os mandaria morrer numa cidade feliz.”
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