sexta-feira, 20 de março de 2020

LEITURAS CONTRA A CRISE (7) Sincelos, de Gil Santos



Gil Manuel Morgado dos Santos, transmontano, professor na Escola Secundária das Caldas das Taipas, esteve na ESAAG em novembro de 2018 a falar da participação do seu avô na primeira guerra mundial. Foram duas apresentações a quatro turmas, muito bem sucedidas e que ficaram na memória. Gil Santos veio vestido de soldado, contou as histórias do seu avô na guerra e assim captou o interesse dos jovens. Gil Santos, de 62 anos, com família na Almeidinha (S. Pedro do Jarmelo) escreve também ficção e, para além do livro “A saga de um combatente na I Guerra Mundial, de Chaves a Copenhaga”, sobre a história do seu avô-soldado, escreveu contos regionalistas em “Ecos do Planalto, estórias” de 2007, “Zerbadas em Chaves, estórias” de 2011 e “Sincelos” de 2017 (Âncora Editora).
Sobre esta obra rezam assim as Notas de Abertura:
“Sincelos hão de ser preitos ao linguajar das gentes do Planalto. As palavras, navalhas amoladas pelo suão, os sentimentos tributos a um povo simples e sofrido que ama e odeia como os demais.
Sincelos hão de ser memoriais aos jeitos de dizer da minha terra, um lugar livre e descomprometido.
Sincelos serão a evocação de um passado remoto, fragilmente registado, que o resgatará do turbilhão do devir.
Sincelos serão asas que rasgam os ventos da imaginação em pedaços tangíveis.
Sincelos serão testemunhos que nos acertam a vida.
Sincelos serão viagens a um tempo outro. O saldo das contas com a simplicidade que lhe marcará a diferença.
Sincelos serão pontes para a nostalgia.
Sincelos serão a alma gémea de um homem do povo, que assuca o torrão com a relha da caneta. Um lavrador de courelas que não renega o berço que o pariu.
Aproveitem, mas botem samarra que o vento corta!

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