segunda-feira, 27 de abril de 2020

SOMOS LIVROS, SOMOS LIVRES (3) Mais escolhas do 11º C


Mais três textos do 11º C dentro da atividade do Dia Mundial do Livro, "Somos Livros, somos livres". 

Carolina Saraiva
Uma família quase normal, Mattias Edvardsson
A fé de um pai. A fidelidade de uma filha. A ética de uma mãe.
Stella é uma adolescente comum, de uma família honesta. O pai, Adam, é pastor da Igreja da Suécia, respeitado e de uma moral irrepreensível, casado com Ulrika, advogada. Os Sandell parecem ser a família perfeita, até que Stella é acusada do homicídio de um homem rico e muito mais velho, Cristopher Olsen. Os pais acreditam na sua inocência, mas todas as provas apontam para ela. Para espanto de todos, Stella recusa-se a contar o que se passou naquela noite trágica, não permitindo a visita dos pais, enquanto se encontra na prisão. Um livro absolutamente viciante (lido em dois dias), com uma nova revelação ao virar de cada página, que me conquistou, sobretudo, pela densidade psicológica das personagens. E, afinal, até onde iria para proteger a sua família?

Inês Sequeira
Duas Mulheres, Dois Destinos, Lesley Pearse
O livro “Duas Mulheres, Dois Destinos” centra-se na amizade de duas jovens inglesas, vindas de extremos opostos da sociedade. Acompanhamos as suas aventuras e desventuras à medida que crescem, e ao longo da história, tanto uma como outra, são sujeitas a sérias situações, que vão exigir de ambas um grande nível de maturidade. A escritora, Lesley Pearse, debruça-se sobre várias temáticas que por vezes são ignoradas, nomeadamente: prostituição, abortos ilegais, abuso de menores, fraude financeira, entre outras. Ao mesmo tempo que aborda estes problemas, não podemos esquecer que a história se inicia em 1935 e prolonga-se durante a guerra, o que faz com que todas as adversidades que o povo inglês teve de superar estejam bem patentes na história. A escritora inclui factos verídicos na história como, por exemplo, o chocante bombardeamento da Igreja de Saint Mary que tirou a vida a mais de duas dezenas de crianças que se encontravam na catequese. Lesley Pearse tem a capacidade para envolver o leitor e isso talvez se deva ao facto de ela ter vivido em primeira mão muitos dos problemas abordados nos seus livros.
  
Pedro Ramos
O estrangeiro, de Albert Camus
"Compreendi, então, que um homem que houvesse vivido um único dia, poderia sem dificuldades passar 100 anos numa prisão. Teria recordações suficientes para não se entediar. De certo modo, isto era uma vantagem." (Camus, Albert, "O estrangeiro")
Hoje eu reflito sobre esta frase de forma diferente. Inicialmente, não percebia este absurdo de Camus. Agora, a quarentena tornou-nos presos. Vejo as recordações daquilo que fazia, com agrado, pois fi-lo, e, apesar de não ser possível sair de casa agora, recordo os melhores dias que vivi. Esta tal vantagem de ter vivido estes dias torna-me otimista e dá-me esperança para ultrapassar este tempo.

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