Seis alunos do 10º B e D leram na Visão a crónica de Ricardo Araújo Pereira "O mundo não quererá fazer o favor de estar quieto?" e resolveram treinar a arte de cronista. Eis as duas terceira e quarta crónicas.
Não há nenhuma dúvida de que o mundo já não anda mais, já só sabe
correr. Esta velocidade altera tudo ao nosso redor, desde lugares,
mentalidades, pensamentos e até mesmo as nossas vidas.
Por vezes, é difícil saber lidar com isso. Vemos o mundo todo apressado,
como se estivesse atrasado para algum compromisso, e nós apenas a tentar andar
ao ritmo dele.
É
sufocante ver que o mundo não para um bocadinho quieto, as pessoas sempre tão
apressadas que só têm tempo de se deslocar de casa para o trabalho e do
trabalho para casa. Já não há tempo para passar momentos com as pessoas de quem
gostamos, nem para desfrutar de um simples passeio pela natureza. E, mesmo que
tenham tempo para fazer isso, acho que as novas tecnologias conseguem dominar e
controlar a vida das pessoas, o que torna ainda mais complicado fazer tudo o
que temos de fazer, tendo em conta que o mundo não desacelera.
Tanto que pediram para o mundo estar quieto que ele parou. Parou,
conseguiu mostrar o que realmente há de importante, mostrou-nos a todos que
somos nós quem o estraga. Conseguiu abrir-nos os olhos para a importância de um
simples abraço, daquela pessoa que não valorizámos quando podíamos passar o
tempo todo com ela e do quão bom é gozar o silêncio e o chilrear dos pássaros.
O mundo ficou quieto e finalmente houve tempo para todos respirarem
fundo e aproveitarem as melhores coisas que o mundo nos pode oferecer.
Beatriz Ferrão, 10ºD
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Mudanças. Algo com
que estamos acostumados a lidar todos os dias, mesmo que sejam mínimas. Uma
coisa tão banal, mas que pode ser bastante benéfica ou muito prejudicial.
Sinceramente, a maior parte delas sempre me foram indiferentes, mas isso foi
porque nunca me afetaram tanto como a última, isto porque nunca lhes tinha
conhecido o gosto.
Este ano, percebi o
verdadeiro significado de uma e o impacto gigantesco que pode ter na vida de
uma pessoa. Uma mudança planeada, mas que, mesmo assim, me deixou completamente
desamparada e sem saber o que fazer. Mudei por mim, não mudei por ninguém.
Mudei porque pensei que era o melhor para mim, mas mesmo assim não foi fácil.
Passado este tempo todo, ainda me pergunto se foi o melhor a ser feito. Um dia
vou saber a resposta.
Mas o que podemos
nós fazer? O mundo muda e nós só temos que seguir o ritmo dele, se queremos
aguentar mais um dia. E estamos aqui para isso, para mudar sempre que for
preciso, pois, se isto fosse sempre a mesma coisa, tornava-se aborrecido.
E é por isso que
estou a escrever um texto mais pessoal, uma coisa que não costumava fazer; porém,
agora está a acontecer, porque sinto que tenho de o fazer, tenho de mudar. Sei
que, às vezes, pode ser difícil sair dum sítio com o qual estamos
familiarizados e voar para terreno desconhecido. Mas, mesmo assim, mudem, não
pelos outros, mas sim por vocês. E o mais importante de tudo, saibam quando é
preciso mudar.
Marta Barata, 10ºD
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