Após dois
meses de um intenso confinamento no qual nos vimos limitados a quatro paredes e
pouco mais, o regresso às aulas teve um sentimento diferente. Normalmente
costumava ansiar sempre pelos primeiros dias de aulas, primeiro porque gosto da
escola, de aprender e de estudar mas também porque se foi tornando a minha
casa, um sítio onde encontro a minha segunda família. Desta vez aquilo que me
tirou o sono não foi o regresso à normalidade, senão a falta da mesma, a
incerteza e a insegurança...
Contudo,
assim que cheguei ao portão e vi os meus colegas senti-me um pouco mais segura,
entrámos na escola e pareceu-me tudo bastante controlado e seguro e então
senti-me em casa.
Obviamente
que todo o contexto era diferente e o uso da máscara foi um obstáculo enorme, não
só porque os óculos se embaciam muitas vezes mas também porque não vejo as
pessoas a falar, nem a sorrir e isso torna a comunicação muito mais fria...
Ainda assim senti que estávamos todos no mesmo barco, tanto os alunos como os
professores se esforçaram para tentar que as aulas fossem o mais naturais
possível e não houve qualquer problema em entender a matéria. Porém, entre
tantas novidades, a atenção acaba por nos escapar durante uns segundos e, apesar
de considerar o regresso às aulas um regresso à normalidade e um alívio por
voltar a ter mais um pouco de liberdade, compreendo que estamos a ser postos à
prova, nós e a nossa responsabilidade. Pelo que nos cabe a nós proteger-nos a
nós e aos outros.
Por fim, é
importante realçar que nada disto era aquilo que eu queria e esperava para o
fim do meu 11° ano, aquele em que eu colocava tantas metas e expectativas. E os
exames que se encontram mesmo à espreita são os grandes desafios que mais
tememos, mas tenho a certeza que com motivação, empenho e tranquilidade todos
nos sairemos bem e ainda vamos recordar esta fase como a maior aprendizagem da
nossa adolescência.
Laura Martins (11º B)
20 de maio de 2020
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