Apesar de estarmos a viver um ano letivo atípico, a tradição manteve-se, revivendo o “Pão por Deus” na Escola Básica de Santa Clara na passada segunda-feira, dia 2 de novembro.
As
oferendas aos mortos nesta altura do ano têm origem em diversas culturas pagãs,
designadamente na civilização céltica. Em Portugal, a tradição do “Pão por
Deus” está associada ao cristianismo, sendo que, já desde o século XV, se
regista a partilha de alimentos aos mais pobres, no Dia de Todos os Santos.
Esta
prática viria a ser reforçada com o Terramoto de 1755, que destruiu
completamente a capital portuguesa, justamente no dia 1 de Novembro, no dia de
Todos os Santos. Nessa época, a fome, o desespero e a miséria foram
profundamente sentidos pela população da cidade, reforçando-se a necessidade de
partilha pelos mais necessitados. Assim, em 1756, um ano depois da grande
catástrofe, as pessoas percorreram as ruas de Lisboa, batendo às portas dos
mais afortunados e pedindo esmola por alma dos seus familiares defuntos,
ficando satisfeitos apenas com uma fatia de pão. Assim, em troca, recebiam pão
e também bolos, vinhos e outros alimentos.
Deste modo, na Escola de Santa Clara, foi visualizado um vídeo alusivo ao Terramoto de 1755 e à Tradição do Pão por Deus, nas zonas afetadas pelos incêndios em 2017. Um dos objetivos da atividade foi continuar a sensibilização dos alunos para a importância da entreajuda e da solidariedade, sendo distribuído um rebuçado a cada aluno, como forma de simbolizar essa partilha. O segundo propósito da atividade foi dar a perceber tempos difíceis que subsistem na atualidade, em contexto da pandemia, dado que continuam a existir inúmeras famílias com dificuldades ao nível das suas necessidades básicas, cumprindo-nos ajudar das mais variadas maneiras.
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