Saiu esta semana o Estudo Diagnóstico das Aprendizagens realizado pelo
IAVE (Instituto de Avaliação Educativa) para detetar problemas de aprendizagem
relacionados com o período de pandemia que influenciou as atividades das
escolas e o rendimento dos alunos. Estes resultados foram apresentados esta segunda-feira pelo Presidente do IAVE,
Luís Santos, numa conferência de imprensa conjunta com o Secretário de Estado
Adjunto da Educação, João Costa.
O
estudo realizou-se entre 6 e 21 de janeiro de 2021 e teve como universo os
alunos do 3º ano (96.561), 6º ano (140.281) e 9º ano (99.575), utilizando como
amostra cerca de 7.000 - 8.000 alunos em cada um deste anos de escolaridade.
Participaram 313 escolas, do ensino público e privado, com 1.338 turmas. Cerca
de 33% dos alunos eram beneficiários da Ação Social Escolar.
Avaliaram-se
os alunos em três literacias: científica; da leitura e da informação;
matemática. Em cada uma as perguntas (com itens de seleção) tinham grau
diferente de complexidade de forma a verificar a capacidade dos alunos em 4
níveis e incidiam sobre problemas do quotidiano. Cada prova relativa a uma das
literacias durava 30 minutos, havendo também um questionário de contexto de 20
minutos.
No
caso da Literacia Científica, ia-se desde a identificação de características
elementares de uma experiência até à avaliação de formas de explorar
cientificamente um problema. Na Literacia de Informação e da Leitura, ia-se
desde a identificação do assunto de uma parte específica de um texto até à
avaliação da adequação da sua linguagem à sua finalidade. Na Literacia
Matemática, ia-se desde ler e interpretar dados para produzir raciocínios
simples até à mobilização de dados para raciocínios complexos.
Aqui
ficam alguns resultados globais.
Nos
Questionários de contexto os alunos revelaram ter havido bastante interesse das
escolas e dos professores em saber se os alunos estavam a realizar as tarefas escolares
e se estavam a aprender. Grande parte dos alunos sentiu a falta das atividades físicas
e não sentiu dificuldades em lidar com as novas tecnologias, tendo aliás
reconhecido que a sua proficiência a lidar com essas tecnologias melhorou neste
últimos meses. Quanto às dificuldades, os alunos indicaram em grande parte a
falta de equipamentos (mais no 3º ano), a falta de motivação para as tarefas
escolares, a falta de um sítio sossegado para estudar ou a falta de ajuda na
execução das tarefas.
Na apresentação da passada segunda-feira foi realçado o facto de menos de metade dos alunos do 6.º e 9.º anos ter mostrado o nível de conhecimentos elementares esperado. Os alunos do 6.º ano foram os que registaram pior desempenho nas três literacias avaliadas. A Matemática continua a ser a área que regista piores resultados. O secretário de Estado João Costa anunciou entretanto a criação de um grupo de trabalho que, até abril, irá aprovar recomendações. Ver aqui o estudo e os resultados.
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