domingo, 7 de março de 2021

PRÉMIO EXPRESSÃO VOX POPULI 2020/21 O texto da terceira classificada, Carolina Saraiva

 

   Estamos a publicar, um por dia, os textos vencedores do Prémio EXPRESSÃO Vox Populi 2020/21. Publicamos hoje o texto da terceira classificada, a Carolina Saraiva, do 12º A, que escolheu o tema B. Parabéns.

TEMA B

A pandemia tem mostrado no Ocidente uma sociedade muito fechada no seu conforto e com muitas dificuldades de aceitar confinamentos e restrições. Renunciar a algumas comodidades em nome do bem comum é muito difícil e a cada nova restrição levantam-se logo as vozes da rua e das redes sociais. O que levanta a pergunta: “Até que ponto é que a nossa sociedade está preparada para o sofrimento e a renúncia?”. Numa crónica / texto de opinião de 300 a 400 palavras, destinada a um jornal local, mostra-nos como é que vês esta questão.

 A pandemia veio mudar radicalmente as nossas vidas. Tudo aquilo que, habitualmente, tomávamos por garantido foi, de maneira inesperada, colocado em causa. A nossa rotina diária sofreu profundas alterações e vimo-nos “obrigados” a permanecer em casa o máximo de tempo possível.

Aqueles que apreciam os momentos passados somente com a família mais próxima aceitaram, de imediato, as necessárias restrições implementadas pelo governo. Contudo são muitos aqueles que continuam a desvalorizar a situação atual, não trocando um jantar num restaurante com os amigos por uma refeição solitária em casa. Era esta mentalidade fechada que eu esperava não encontrar no nosso país, mas que, infelizmente, ainda está bastante presente.

Há quem diga que os que não melhoraram a sua forma de pensar , tornando-se melhores pessoas, numa situação ímpar como a que vivemos, nunca serão capazes de evoluir. Eu, pelo contrário, acredito que somos, agora, mais egoístas. Refiro-me, sobretudo, ao grupo etário no qual me incluo, os jovens. Como sabemos que, à partida, se formos infetados, poucas serão  as sequelas, não pensamos no que poderá acontecer aos nossos pais e avós. Somos, possivelmente, os que mais desrespeitam as regras impostas. Disso são exemplo os ajuntamentos nos cafés, durante os intervalos escolares. São, também, os mais novos que, muitas vezes, se manifestam contra as medidas restritivas, nas redes sociais.

Estamos à beira de um novo confinamento geral, pedindo-se aos cidadãos que restrinjam, ao máximo, os seus contactos, trabalhando, sempre que possível, a partir de casa. Muitos, nomeadamente membros de alguns partidos, voltam a opor-se a esta decisão drástica. No entanto, não há alternativas, dado que Portugal atravessa o pior momento no que diz respeito ao número de infetados, internamentos e óbitos. É urgente agir e cabe-nos a nós respeitar quaisquer regras, em prol do bem-estar da nossa sociedade.

Na minha vida, ainda que esta seja breve, nunca imaginei ter de encarar esta realidade, mas sei que, se não renunciarmos a prazeres mundanos, tardará em retomarmos a nossa “normalidade”.

0 comentários :

Enviar um comentário

Os comentários anónimos serão rejeitados.