sexta-feira, 16 de abril de 2021

A PROPÓSITO DE "DEATH TO 2020" Joana Ramos realça os valores do humor e do otimismo

 

RIR É (ABSOLUTAMENTE) O MELHOR REMÉDIO

2020, um ano que, aos ouvidos do nosso coração, nos diz tanto, por tantas razões… Este número que, certamente, nunca vai ser esquecido, tanto por nós, que sentimos na pele cada segundo desta aventura tremendamente desafiante e transformadora, como pelas gerações vindouras que, sem dúvida, muitas histórias irão ouvir acerca deste período excecional da nossa História, ao colo dos pais e avós! Para ajudar a estes relatos futuros, eis que surge um “documentário” ou, como gosto de o apelidar, um “evento de comédia”, único, que dá pelo nome de “Death to 2020”. Passemos, então, a algumas constatações e comentários acerca desta pérola, de título tão sugestivo!

 Nos primeiros segundos desta película, pude, de imediato, perceber o que viria por aí: um autêntico desfile comediante de acontecimentos que marcaram cada um de nós, de forma ímpar, quer pela sua intensidade, quer pelo caráter ridículo que lhes está inerente. Assim, este tesouro, de pouco mais de uma hora de duração, leva-nos numa viagem de caráter retrospetivo (e, também, introspetivo, pois lembrar-nos-emos das nossas ações ao longo deste ano tão especial, das nossas reações, dos nossos sentimentos que afloravam no jardim do nosso coração), pela imensa história de um ano atípico, marcado pela pandemia, e pelo que dela adveio, como a descoberta de uma força que muitos de nós não sabíamos que tínhamos, a solidariedade entre as pessoas, a ganância e ambição de outras, ou o negacionismo patético de outros, como alguns líderes mundiais. Numa época em que, como nos diz o grande ator Hugh Grant no seu papel de historiador perspicaz e cómico (com alguns anos a mais a refletirem-se no seu cabelo grisalho, uma vez que este espetáculo de alegria e otimismo pretende mostrar uma visão futurista de como iremos recordar os doze meses mais marcantes das nossas Vidas), “A Vida parecia conservada em âmbar.”, dado o completo silêncio ensurdecedor que os confinamentos, por todo o lado, fizeram nascer em cada recanto do Globo. Numa época em que questões como o racismo ganharam outra voz, em que se deu mais visibilidade às questões sociais (e políticas, nalgumas nações!), áreas que viram as suas fragilidades colocadas a nu por um “bicharoco” silencioso. Uma época em que o distanciamento social foi uma das expressões-chave, mas, na qual, a meu ver, nos juntámos mais do que nunca, num esforço coletivo ímpar, sem precedentes, no qual abrimos os corações para quem nos rodeia, no qual aprendemos a valorizar mais a Vida, em cada detalhe, na sua simplicidade complexa e maravilhosa que temos a alegria de contemplar e aproveitar todos os dias! De facto, este documentário vem dar-nos outro fôlego, ensinando-nos a olhar para as questões mais problemáticas com mais humor, esse que rasga por entre o nevoeiro que, por vezes, possamos sentir em épocas mais desafiantes. Ensina-nos, também, a encarar a Vida com mais leveza, mostrando que há sempre razões para sorrir ou para rir à gargalhada! Sem dúvida, uma obra-prima que deveria ser apreciada por toda a gente!

 Concluindo, posso dizer que este tesouro de humor leve e cru é um autêntico bálsamo para os corações de cada um de nós. Efetivamente, é incrível como o ser humano consegue criar tanta História na sua passagem por esta maravilha que é o Mundo, como consegue criar aventuras admiráveis e enfrentar a adversidade de formas tão diversas, passando pela calma, otimismo, descontração, pelos momentos de medo e stresse, chegando a este ponto de humor, de rir de si próprio, saboreando o desafio que ultrapassou.

 De facto, 2020 veio ensinar-nos tanto… A chave deste período, no entanto, condensa-se numa frase de Albert Camus, da sua obra “A peste”, na qual se afirma que há algo que “se aprende no meio dos flagelos: que há nos homens mais coisas a admirar que coisas a desprezar.”

 Joana Ramos (12º C)

Texto a propósito da tarefa de Psicologia B, "Dançar com as palavras ao som da psicologia"

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