RIR É (ABSOLUTAMENTE) O MELHOR REMÉDIO
2020, um ano que, aos ouvidos do nosso coração,
nos diz tanto, por tantas razões… Este número que, certamente, nunca vai ser
esquecido, tanto por nós, que sentimos na pele cada segundo desta aventura
tremendamente desafiante e transformadora, como pelas gerações vindouras que,
sem dúvida, muitas histórias irão ouvir acerca deste período excecional da
nossa História, ao colo dos pais e avós! Para ajudar a estes relatos futuros,
eis que surge um “documentário” ou, como gosto de o apelidar, um “evento de comédia”,
único, que dá pelo nome de “Death to
2020”. Passemos, então, a algumas constatações e comentários acerca desta
pérola, de título tão sugestivo!
Nos primeiros segundos desta película, pude,
de imediato, perceber o que viria por aí: um autêntico desfile comediante de
acontecimentos que marcaram cada um de nós, de forma ímpar, quer pela sua
intensidade, quer pelo caráter ridículo que lhes está inerente. Assim, este
tesouro, de pouco mais de uma hora de duração, leva-nos numa viagem de caráter
retrospetivo (e, também, introspetivo, pois lembrar-nos-emos das nossas ações
ao longo deste ano tão especial, das nossas reações, dos nossos sentimentos que
afloravam no jardim do nosso coração), pela imensa história de um ano atípico,
marcado pela pandemia, e pelo que dela adveio, como a descoberta de uma força
que muitos de nós não sabíamos que tínhamos, a solidariedade entre as pessoas,
a ganância e ambição de outras, ou o negacionismo patético de outros, como
alguns líderes mundiais. Numa época em que, como nos diz o grande ator Hugh
Grant no seu papel de historiador perspicaz e cómico (com alguns anos a mais a
refletirem-se no seu cabelo grisalho, uma vez que este espetáculo de alegria e
otimismo pretende mostrar uma visão futurista de como iremos recordar os doze
meses mais marcantes das nossas Vidas), “A
Vida parecia conservada em âmbar.”,
dado o completo silêncio ensurdecedor que os confinamentos, por todo o lado,
fizeram nascer em cada recanto do Globo. Numa época em que questões como o
racismo ganharam outra voz, em que se deu mais visibilidade às questões sociais
(e políticas, nalgumas nações!), áreas que viram as suas fragilidades colocadas
a nu por um “bicharoco” silencioso. Uma época em que o distanciamento social
foi uma das expressões-chave, mas, na qual, a meu ver, nos juntámos mais do que
nunca, num esforço coletivo ímpar, sem precedentes, no qual abrimos os corações
para quem nos rodeia, no qual aprendemos a valorizar mais a Vida, em cada
detalhe, na sua simplicidade complexa e maravilhosa que temos a alegria de
contemplar e aproveitar todos os dias! De facto, este documentário vem dar-nos
outro fôlego, ensinando-nos a olhar para as questões mais problemáticas com
mais humor, esse que rasga por entre o nevoeiro que, por vezes, possamos sentir
em épocas mais desafiantes. Ensina-nos, também, a encarar a Vida com mais
leveza, mostrando que há sempre razões para sorrir ou para rir à gargalhada!
Sem dúvida, uma obra-prima que deveria ser apreciada por toda a gente!
Concluindo, posso dizer que este tesouro de
humor leve e cru é um autêntico bálsamo para os corações de cada um de nós.
Efetivamente, é incrível como o ser humano consegue criar tanta História na sua
passagem por esta maravilha que é o Mundo, como consegue criar aventuras
admiráveis e enfrentar a adversidade de formas tão diversas, passando pela
calma, otimismo, descontração, pelos momentos de medo e stresse, chegando a este ponto de humor, de rir de si próprio,
saboreando o desafio que ultrapassou.
De facto,
2020 veio ensinar-nos tanto… A chave deste período, no entanto, condensa-se
numa frase de Albert Camus, da sua obra “A
peste”, na qual se afirma que há algo que “se aprende no meio dos flagelos: que há nos homens mais coisas a
admirar que coisas a desprezar.”
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