A
imagem apresentada remete-nos, de facto, para uma realidade muitíssimo
discutida nos dias que correm, na medida em que, cada vez mais, assistimos a
casos de violência doméstica e no namoro. Ora, amor e violência são, notoriamente,
incompatíveis, uma vez que quando há amor, quando se sente esta maravilha, esta
base da Vida a envolver-nos o coração, somos inundados por um mar
imperfeitamente perfeito de bonança, felicidade e brilho, não havendo,
portanto, lugar para a referida violência. A atitude natural, isto é, a
tendência da nossa alma, quando se está numa relação com alguém, é de lhe
oferecer o máximo carinho, conforto, felicidade e alegria, num “ninho” de luz e
paz, para que se possa viver plena e absolutamente o laço que se construiu e
constrói ao longo do tempo. Estas atitudes são, assim, predisposições de
atuação, sendo a raiz dos nossos comportamentos a semente do jardim do nosso
coração! No caso específico deste contexto que aqui se aborda, temos patente a
componente afetiva do comportamento, ou seja, as emoções e valores que nutrimos
relativamente aos outros, do ponto de vista sentimental: temos a visão do olhar
atento do nosso coração.
Como
referi anteriormente, não é, então, expectável que, quando se vive uma história
de amor, haja lugar para a violência: esta não é a atitude natural neste
contexto. No entanto, sabemos que a formação das atitudes é muitíssimo complexa
e influenciada pela nossa história, por todo um cordão de momentos que trazemos
a ornar o coração. Assim, podemos constatar que as atitudes são formadas, em
primeira instância, pela influência do nosso meio social, da nossa família, da
cultura na qual estamos inseridos, uma vez que são esses os “modelos”, os
exemplos que possuímos para construirmos quem somos. Se, na minha cultura, por
exemplo, há uma grande desvalorização da mulher, há uma limitação do papel
desta às tarefas domésticas e ao cuidado dos filhos, então, possivelmente, será
expectável que eu aceite como normal e saudável que seja esta a minha condição
e que não a conteste. Contudo, pode acontecer, também, exatamente o inverso:
se, imaginemos, eu presenciei cenas de violência entre os meus pais na minha
infância, posso desenvolver uma atitude de repulsa relativamente a esta
situação e querer, a todo o custo, pintar a minha história com outras cores,
uma vez que senti na pele o sofrimento e tenho uma noção, bem vincada em mim,
de que aquele comportamento é incorreto. Esta conduta, isto é, as nossas
atitudes relativamente aos outros e à Vida propriamente dita, dependerão sempre
de como decidimos encará-la e vivê-la!
Também há que considerar, obviamente, a questão da mudança de atitudes na análise deste caso concreto. Muitos são os relatos que surgem nos quais as vítimas de violência afirmam que os companheiros não eram assim, que estava tudo bem, mas que, de repente, algo mudou. De facto, estas mudanças são passíveis de ocorrer, mas há sempre algo que as despoleta, seja uma circunstância da Vida, um evento traumático, uma doença ou qualquer outro fator. No entanto, há que identificar qual é a origem da conduta adotada e, se possível, corrigir o comportamento, partindo pela melhoria das atitudes, pelo cuidado da alma, do coração!
Concluindo, creio que o amor é formado por uma constelação de sentimentos belos e brilhantes, que dão vigor e fulgor ao nosso coração, elevando-nos, e, quando há uma situação de mudança de atitudes e de comportamento, devemos compreender que não é algo natural, aceitável, mas sim procurar, com as ferramentas certas, uma saída para a luz da felicidade! (Imagem civ.gov.pt)
(Joana Ramos, 12ºC)
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