quarta-feira, 26 de agosto de 2015

ENTREVISTA A ALINA LOURO (1) Professora da ESAAG é coautora de 2 livros de exercícios de Física e Química A


     Alina Louro, professora da ESAAG, é uma das autoras dos livros de Exercícios de Física e Química do 10.º ano, da Raiz Editora, que acabam de sair para o mercado. Colocámos algumas perguntas a Alina Louro sobre a edição. A primeira metade publicamos hoje, o resto amanhã. Parabéns e muito sucesso.

P: O que contêm estes dois cadernos de exercícios?
R: Dada a dimensão das obras, não lhe chamaria cadernos. São dois livros de exercícios que constituem uma aposta da RAIZ num projeto único. São os únicos livros deste género no mercado português, na disciplina de Física e Química A. A Porto Editora, grupo a que pertence a RAIZ, tem um livro deste género para a disciplina de Matemática A. É uma aposta do grupo editorial em algo bem diferente. Há uma série de livros à venda que contém exercícios e muito texto a que chamam “resumos”. A maioria dos exercícios são de exames que também são disponibilizados a preço zero pelo IAVE e que estão resolvidos na internet, paga-se o que é grátis! Contêm conteúdos/resumos que também estão presentes nos manuais adotados, portanto paga-se em duplicado.
A ideia da RAIZ foi afastar-se disso tudo e colocar a disposição dos alunos uma enorme quantidade de exercícios, feitos de raiz, do género do exame mas não só. Os livros contêm exercícios desenvolvidos de acordo com as novas metas curriculares, a maioria deles de grandes dimensões e que envolvem o domínio de vários objetivos do Programa da disciplina. Em cada subdomínio o nível dos exercícios vai aumentando, mas o aluno é sempre estimulado a resolver mais e mais. Todos os exercícios estão resolvidos por etapas rigorosamente explicadas, o objetivo principal é que o aluno cresça na disciplina de forma autónoma. O aluno pode gerir, até de forma temporal, a forma como estuda cada conteúdo e isso é mais uma novidade. O livro de Física contem meia dúzia de exercícios de exame e apenas porque os meus alunos partilharam comigo dúvidas na compreensão das resoluções que têm disponíveis na internet, a escolha foi criteriosa e rigorosa. As resoluções são pedagogicamente cuidadas…o aluno é ensinado a estudar para aprender e saber. O livro de Química tem apenas exercícios de raiz. Gostamos muito do resultado final.

P: Faziam mesmo falta estes livros de exercícios?
R: Agora sou suspeita: se não achasse que sim, não teria abraçado este desafio! Quando entro num Projeto é porque acredito mesmo nele. Esta ideia já era antiga… esteve a fermentar muitos anos. Para mim é o realizar de um sonho que fui sempre partilhando com os meus alunos. É minha convicção que só deve comprar estes livros quem quer estudar. E estudar para saber e não apenas para passar em testes. O exame da disciplina tem um peso enorme na classificação interna e no acesso à universidade. Se, de facto, o aluno quer fazer mais exercícios e treinar muitos estilos, então um livro deste género faz falta. Dada a diversidade de exercícios presentes, estes livros deverão constituir um apoio importante no estudo dos alunos. Depois, estes livros contêm muitas chamadas de atenção sobre pontos/conteúdos importantes em que os alunos normalmente revelam dificuldades. Ensina a usar a máquina de calcular, por exemplo, recorda conteúdos abordados nas aulas de forma sistemática, chama a atenção para critérios importantes na correção dos exercícios, para as falhas mais comuns … de facto, têm muitas novidades! O aluno que compra uma obra destas tem um aliado à aprendizagem em sua casa e aprende de forma autónoma.

P: A aplicação em exercícios é fundamental nesta disciplina?
R: É, e esse é o grande problema desta disciplina. Há uma percentagem de alunos que se limita a fazer/copiar os exercícios das aulas. Alguns têm acompanhamento fora da escola e fazem exercícios de exames, por exemplo. Quando o seu professor lhe apresenta um exercício diferente, o aluno não sabe aplicar os conhecimentos que aprendeu em sala de aula. Também não o fará no exame. Na generalidade dos casos, os alunos fazem poucos exercícios, trabalham pouco. Além disso, quando fazem exercícios, não diversificam as metodologias e, depois, não desenvolvem competências.

P: Porque é tão difícil esta disciplina para os alunos?
R: Os conteúdos abordados nesta disciplina não são, de facto, fáceis. Se os alunos não estiverem com atenção nas aulas e não aplicarem os conteúdos aprendidos na realização de exercícios, não podem ter sucesso. Apercebo-me disso nas aulas. Cada vez mais, na minha opinião, os alunos “deixam andar”, nem ouvem o professor, tudo para eles é secundário … até os conselhos do professor na realização deste ou daquele exercício. A estrutura montada fora da escola não consegue dar resposta à falta de atenção nas aulas e à não resolução de exercícios de forma autónoma. Depois, falta alguma reflexão sobre o que está mal. Cada escola, na minha opinião, devia refletir sobre o que poderá estar na base das baixas notas no exame, por exemplo. Conheço algumas, felizmente, que o fazem! Serão apenas os alunos que estudam pouco? Ou estudam mal? E se o manual adotado passasse a estar noutra linha… já que o anterior parece não ter conduzido ao sucesso? Falta alguma reflexão da parte dos intervenientes no processo de ensino mas, na minha opinião, falta também entrega e trabalho da parte dos alunos. Claro que há exceções, felizmente. Há alunos fantásticos como aqueles que motivam os seus professores a escreverem para eles e para os outros alunos…     (CONTINUA)

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