A mesa: Alexandre Branco, Joaquim Nércio Marques, Joaquim Igreja, Amélia Fernandes, Filipa Gaudêncio |
Filipa Gaudêncio |
Alexandre Branco |
O Presidente da Associação de Pais, Joaquim Nércio Marques, começou por falar das dificuldades que se põem aos pais diante das novas tecnologias que não dominam, ou que pelo menos não dominam tão bem como os filhos. Do lado dos filhos, os conhecimentos técnicos não correspondem em geral à maturidade necessária. Em seguida, Amélia Fernandes, diretora do Agrupamento, salientou a importância da educação e da intervenção dos pais para corrigir alguns comportamentos abusivos na escola à volta do uso da Internet e dos telemóveis. Estes têm trazido aliás alguns problemas ao ambiente de aprendizagem no Agrupamento já que têm sido ocasionalmente fonte de conflitos, em virtude da captação de imagem e som em locais onde isso não é autorizado. Joaquim Igreja, professor bibliotecário da ESAAG, referiu a série de sessões dedicadas ao 1º, 2º e 3º ciclos a propósito do tema "Comunicar em Segurança" e desenvolvidas pelos professores bibliotecários na Escola de Santa Clara e na Afonso de Albuquerque e pelos professores de Informática em workshops com os alunos do 1º ciclo. Uma das conclusões a tirar destes encontros foi o facto de os alunos na sua maioria já seguirem as definições de privacidade das redes, apesar de alguma imaturidade na avaliação das consequências da colocação de certos conteúdos online.
Em seguida Filipa Gaudêncio, professora do IPG, focou aspetos muito importantes para a segurança na Internet, nomeadamente a segurança da palavra-passe, as definições de privacidade, os fenómenos do spam e do phishing, o cyberbullying, os episódios de fraude e burla que cada dia nos confrontam, as aplicações nos telemóveis. Salientou assim a importância dos pais no acompanhamento dos filhos, não sendo intrusivos mas assegurando a utilização das redes em local comum em casa e garantindo também "tempo de qualidade" ao lado dos filhos em casa em vez do isolamento cada um a seu canto em volta de um ecrã. Normas são pois necessárias.
Alexandre Branco, inspetor da PJ, apontou diversos casos de polícia relacionados com o tema. Salientou primeiro que a investigação policial relativa a casos em volta da Internet tem ainda zonas obscuras mas grande parte dos comportamentos abusivos já estão tipificados na lei, sendo depois mais difícil chegar aos autores das infrações do que em contexto real. Muitos comportamentos baseiam-se na suposição da invisibilidade e anonimato em ambiente de Internet, o que de certo modo cria uma ideia de impunidade. Outro aspeto perigoso no uso das tecnologias é ainda o facto de as aplicações instaladas muitas vezes incluirem cláusulas contratuais que não são lidas ou são mal compreendidas pelos utilizadores.
No final, o Presidente da Associação de Pais salientou a necessidade de continuar no próximo ano ações deste tipo que permitam elucidar dúvidas sobre a atuação mais correta dos pais ao lidar com os filhos nestes domínios.
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