quarta-feira, 14 de setembro de 2016

À BEIRA DAS AULAS A professora Elsa Salzedas recorda a viagem-missão à Islândia


No horizonte uma das línguas do maior glaciar da Europa,
o Vatnajokull e  Lagoa glaciar Jokulsárlón ,
onde flutuam multicolores icebergues;
esta lagoa já foi palco de algumas cenas de filmes
do agente secreto James Bond.

A minha emocionante estada em pleno Rifte,
com a mão esquerda a apontar para a placa Tectónica Norte-Americana
e a mão direita na Placa tectónica Euro-Asiática;
estas duas placas e neste local afastam-se a uma velocidade média
de cerca de 18 mm/ano, a mesma velocidade
a que crescem as unhas dos dedos dos nossos pés.
Entre os dias 6 e 16 de agosto, integrei uma visita/ formação à Islândia.
A Islândia é o país mais recente da Europa (geologicamente falando), com cerca de 20 milhões de anos; localizado na região norte da Dorsal Médio-Atlântica, é dividido a meio pela longa fenda que permite a ascensão e arrefecimento do magma que constitui o seu solo territorial. Esta fenda (rifte) junta mas também separa as Placas Tectónicas Euroasiática e Norte Americana, a uma velocidade média de cerca de 18 mm/ano.
Esta Ação de Formação foi muitíssimo bem apoiada cientificamente pelos professores Jorge Paiva (biologia) e Fernando Carlos Lopes (geologia) e proporcionou-me uma nova e interessante perspetiva biológica e geológica, não só sobre esta incrível Ilha, mas também sobre a dinâmica dos ecossistemas e da geologia do planeta.
Contribuiu ainda para a recolha de imenso material fotográfico e de vídeo que me será precioso em contexto de sala de aula, enquanto docente das disciplinas de Ciências Naturais e de Biologia e Geologia assim como serviu para a atualização de conhecimentos científicos.
Devo ainda aqui expressar a minha tristeza pelo facto de o atual programa de Biologia e Geologia estar em vigência há tantos anos, sem qualquer atualização, inadmissível num país que se quer na vanguarda da ciência.
A Islândia, para além de ser um verdadeiro laboratório para a geologia e para a biologia, é ainda um gigante parque de diversões, ao proporcionar experiências únicas, que fui partilhando neste blogue ao longo da minha estada.
Assim e em modo de conclusão, quero dizer que presenciar o sol da meia-noite, passar por detrás de uma gigante cascata, ver vulcões, pseudocrateras, geiseres e fumarolas, fiordes, glaciares e icebergues, sentir o cheiro intenso das entranhas deste planeta e tomar perceção da intensidade do caldeirão fervente sob os meus pés, que condiciona toda a vida à superfície, já é por si só algo que tornará esta viagem inesquecível. Agora transmitir todas estas experiências aos meus alunos, perpetuará esta viagem de sonho.
Uma viagem que foi também uma missão.

A professora de Biologia e Geologia
Elsa Salzedas

1 comentários :

  1. Um magnífico texto da professora Elsa Saldezas. Obrigada pela partilha de tão clarificador relato de vivências e emoções.
    O professor só pode ensinar bem quando está disposto a aprender todos os dias.
    Anabela Santos

    ResponderEliminar

Os comentários anónimos serão rejeitados.