Adelaide Batista, funcionária nos Serviços Administrativos do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, é também poeta e já a divulgámos aqui no Blogue EXPRESSÃO. Aqui ficam dois poemas recentes, no formato exigente do soneto.
ACREDITO!
Despiste-me a vida, tão triste e fria,
Despiste-me a vida, tão triste e fria,
Embebida
no fel da tua ausência!
Carpiste-me
a alma… só e vazia,
Largada,
sem dó, na minha existência!
Bebeste o
mar, sequioso de amor!
Morri… na
ânsia de me saciar!
A sede
escarneceu da minha dor
No
deleite de me ver definhar!
Mas eu
acredito… sei que virás
Trazendo
a saudade com que partiste!
E, ao
abraçar-me, sei que me dirás:
-
Voltei!... Voltei, tal como tu pediste!
Em
serenidade me encontrarás
Pois eu
sei que o amor nunca desiste!
ODE AO SENTIMENTO
És a ilusa caverna de Platão
No
verso duma estrofe inacabada
A
leda alegoria imaginada
Na
rima do texto sem pontuação!
És
o vento, rebelde e fugidio,
Na
quimera encantada do sentir
O
doce ardor, que queima sem ferir,
Na
ode ao anseio solto e vadio!
És
o medo impaciente, atrevido
A
certeza do querer, escondido,
Nas
entrelinhas por acrescentar!
És
o sorriso pintado de amor
As
noites esticadas, ao calor,
Nos beijos que se querem entregar!
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