sexta-feira, 11 de outubro de 2019

31 VEZES SOPHIA (5) Uma poesia diáfana, líquida, transparente



Se há poesia que tem um laço íntimo com a realidade é a de Sophia. Tudo o que a rodeava a preocupava, daí a sua denúncia da sociedade e a sua tentativa de mudar o que estava mal. Cada manhã tinha o seu encanto e respirava poesia como vivia cada dia: intensamente. Por isso a sua poesia é diáfana, líquida e transparente como a água do mar que sempre a cativou. Assim devemos ler Sophia como uma aprendizagem contínua. Vejamos o que ela diz:

"(...) a poesia é a minha explicação com o universo, a minha convivência com as coisas, a minha participação no real, o meu encontro com as vozes e as imagens. Por isso o poema não fala de uma vida ideal mas sim de uma vida concreta: ângulo da janela, ressonância das ruas, das cidades e dos quartos, sombra dos muros, aparição dos rostos, silêncio, distância e brilho das estrelas, respiração da noite, perfume da tília e do orégão.
É esta relação com o universo que define o poema como poema, como obra de criação poética. Quando há apenas relação com uma matéria há apenas artesanato.
E no quadro sensível do poema vejo para onde vou, reconheço o meu caminho, o meu reino, a minha vida." (Arte poética II)

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