domingo, 31 de maio de 2020

A PARTIR DE UMA CRÓNICA DE MIGUEL ESTEVES CARDOSO (3) Alunos do 10º ano escrevem sobre ler e não ler



Partindo da crónica de Miguel Esteves Cardoso, no manual, A atividade de não ler, no âmbito do estudo das reflexões do Poeta n’ Os Lusíadas (crítica à desvalorização das Artes e das Letras), os alunos deviam escolher uma frase e criar outro texto. Aqui fica o texto da Maria Chagas, do 10º D.

“Causa genuína aflição vê-los a não ler”         
Muitas das minhas memórias de infâncias são acompanhadas por livros, e desde que me recordo, fui sempre incentivada, pela minha mãe, a andar acompanhada por um destes “amiguinhos”. Atualmente, não lhe poderia estar mais agradecida por me ter apresentado o mundo da leitura, pois é graças a ela que, aonde quer que vá, levo sempre algo para ler, caso surja um tempinho livre.
Tendo crescido como uma leitora compulsiva, é-me impensável o facto de que há pessoas que não são capazes de ler. Não porque não saibam, mas porque, segundo as mesmas, “não gostam”. Como é possível não se gostar de algo com tanta variedade? Este argumento seria válido se, por exemplo, todos os livros que existissem fossem, romances. Nesse caso, admito que até eu me ausentaria desta atividade, considerando que não é um género que aprecio. Mas havendo uma tão vasta opção de escolha, qual é a verdadeira desculpa para se abdicar de algo tão maravilhoso? Digam o que disserem, acredito que qualquer pessoa, se procurar, conseguirá encontrar o “tal” livro que o trará para o mundo da leitura.
Ao contrário do que se diz entre o povo, os livros não “cansam a vista” e não são algo negativo “porque faz mal puxar muito pela cabeça”. Pelo contrário, esta ocupação tem inúmeros benefícios: ajuda a dormir melhor (se, ao deitar, escolhermos passar os olhos pelas páginas e não pelas redes socias, teremos um sono muito mais descansado), reduz o stress, aprimora a empatia, expande o vocabulário e, consequentemente, permite uma melhor escrita, previne doenças como Alzheimer e Demência, torna uma pessoa mais rica culturalmente e menos preconceituosa, entre muitos outros. Além de que, ao lermos, sentimo-nos identificados com as personagens e o que enredo, quando se trata de narrativas, sentimos choque, empatia, surpresa com acontecimentos da ficção histórica… E é sempre bom abrir um livro novo e sentir o cheiro das páginas, uma sensação que jamais poderá será suprida por qualquer invenção tecnológica.
É por estes motivos que acredito que todos deveríamos ser educados, desde a primeira idade, a ver os livros como companheiros do nosso dia a dia, para que a leitura se possa tornar uma atividade comum, e para que deixe de haver a “genuína aflição” de não ver as pessoas a ler.
Maria Chagas, 10ºD

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