domingo, 25 de outubro de 2020

CRÓNICA DE BEATRIZ MADEIRA Eu e a literatura

       

 “A Literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida”.  (Fernando Pessoa)

A veracidade desta afirmação depende de pessoa para pessoa. Se me perguntassem a mim, eu diria que a literatura é imune ao tempo. Na maior parte dos dias, a literatura é aquela que me “transporta mais rápido” pois, ao fim de umas poucas páginas, podem ter-se passado horas. Um livro é como se fosse uma mini máquina do tempo, que faz com que o tempo passe quadruplamente mais rápido, mas há um senão: para que esta “maquineta” funcione bem temos que gostar dela, pois quem gostaria de passar uma fração da sua vida a ler algo que considera desprezível. Nesses casos, essa máquina torna-se num pesadelo, onde o tempo é interminável e a única coisa que podemos fazer é esperar que cheguemos a um ponto de viragem.

No meu caso, a literatura é algo essencial. A literatura é aquela que me dá a verdadeira liberdade, eu não diria que ela é uma mera distração, uma forma de ignorar a realidade, eu diria que a literatura me dá outra vida, ela tem espaço para a minha história e muito mais. Por fora, posso aparentar estar sozinha, sem ninguém, apenas agarrada a um livro que acabarei por trocar, mas nessa solidão, nessa exclusão por parte da sociedade, encontrei uma “nova brisa de ar fresco”. Encontrei uma brecha perante estas duas realidades distintas, e agora elas coexistem no meu dia a dia.

Por isso, sim, a literatura pode ser a maneira mais agradável de ignorar a vida, mas também pode ser a maneira de encarar a vida com novos olhos.

Beatriz Madeira, 11º D

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