domingo, 9 de janeiro de 2022

ENTREVISTA AO BLOGUE EXPRESSÃO O novo Diretor do AEAAG lança metas muito ambiciosas e de mudança

 

José António Carvalho toma posse amanhã, 10 de janeiro de 2022, como Diretor do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque. Numa entrevista muito completa sobre o seu pensamento, aqui ficam as respostas às perguntas do Blogue EXPRESSÃO.

Cartão de Cidadão de José António Carvalho: defina-se a si próprio.

“O signo carneiro ou áries é o mais dinâmico e excitante de todos os signos do Zodíaco. Os nativos de carneiro são líderes natos e estão sempre dispostos a abrir novos caminhos sendo pioneiros e determinados”. Esta definição pode servir de mote para a forma como me defino.

A humildade que me caracteriza não me inibe o espírito de luta, de iniciativa e liderança, a coragem e ambição. Em cada solução não vejo um problema. Considero-me determinado nas estratégias para a resolução dos problemas. Sou grato por tudo aquilo que a vida me proporciona diariamente.

No meu dia a dia, procuro igualmente superar fraquezas que podem comprometer o meu desempenho profissional. A intensidade que caracteriza a minha forma de viver, serve, simultaneamente, de energia contagiante e algumas deceções resultantes das expectativas criadas. Procuro combater as fraquezas com aceitação, diálogo e pelo princípio do “não julgamento”.

 Encara este mandato que agora recebe como um desafio de alto nível?

De forma objetiva: é o maior desafio profissional da minha carreira. Liderar uma instituição com a reputação do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque é um enorme desafio. Estou empenhado em honrar a história desta instituição despertando-a para um caminho de inovação e mudança. O meu propósito é contribuir para a missão da instituição prestando à comunidade um serviço educativo de excelência.

Tenho uma visão abrangente sobre a educação que pretendo traduzir em processos simples, operacionais e sem burocracia que permitam o foco da instituição no essencial da sua missão: educar e ensinar.

Apresento-me neste desafio motivado pela cultura e mentalidade da instituição, pelo seu potencial de transformação, inovação e mudança. Estou empenhado em responder aos desafios da educação inclusiva com respostas diferenciadas e individualizadas. Pretendo contribuir para uma escola acolhedora, agradável, confortável e segura, assente numa liderança centrada no valor das pessoas. Desejo contribuir para o sentimento de pertença dos colaboradores confiando e reconhecendo o seu trabalho.

Neste desafio, motiva-me uma escola com orgulho na sua história… preparada para a mudança, aberta à transformação, moderna, inovadora e pedagogicamente diferenciadora.

 Que marcas do Agrupamento é necessário preservar e que marcas novas é necessário imprimir no AEAAG?

O Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, descendente do Liceu Nacional da Guarda, é uma instituição com uma história honrosa iniciada em 1836 resultante da reforma do ensino de Passos Manuel. Rigor e excelência são marcas com tradição que importa preservar. Com as sucessivas reformas na educação e a evolução da sociedade, a instituição definiu-se como escola inclusiva - consagrado no atual Projeto Educativo - sendo disso exemplo a existência do Centro de Recursos TIC para a Educação Especial, as Unidades Especializadas de Autismo e Multideficiência e a Unidade de Intervenção Precoce. Importa, agora, percorrer o caminho da inovação, da mudança, da transição digital e das boas-práticas, nacionais e internacionais, que colocam os alunos no centro da ação educativa criando-lhes condições para se tornarem agentes ativos na construção do seu conhecimento, das suas capacidades e competências. O meu Projeto de Intervenção contempla um conjunto de medidas para dar a cada aluno a resposta que ele necessita. Pretendo uma instituição onde todos os alunos são importantes, onde nenhum aluno fica para trás e onde a resposta às necessidades das famílias constituem uma prioridade.

Durante a minha liderança tenho como objetivo “imprimir” outras marcas na instituição. A redução do trabalho burocrático através da digitalização e simplificação dos processos, a inovação na preparação das atividades pedagógicas com recurso ao trabalho colaborativo, a humanização dos ambientes educativos através da transformação baseada nos fatores da pedagogia, arquitetura e tecnologia, juntamente com a sensação de conforto, segurança, bem-estar e gratidão são marcas que pretendo deixar na instituição.

 Qualidade e rigor são compatíveis com dinâmica e iniciativa no trabalho do AEAAG?

Absolutamente. Qualidade e rigor são marcas do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque. Idealizo uma instituição assente no princípio da confiança onde as pessoas são o ativo mais importante da organização. Pretendo concretizar uma liderança participada, ouvir todos os interessados consoante o tipo de relação com a instituição, reunir consensos e estimular e apoiar o espírito de iniciativa e empreendedorismo dos colaboradores. O Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque possui recursos humanos altamente competentes em quem eu confio e reconheço capacidade de autonomia e iniciativa. A juntar à experiência, competência, rigor e qualidade, pretendo acrescentar a humanização, a segurança, o conforto, o bem-estar e a harmonia no quotidiano da instituição. O caminho da inovação e mudança será proporcionado em segurança e de forma contagiante.  

 Como se pode na gestão escolar unir vontades e criar dinamismo e o que se pede às estruturas educativas?

A gestão escolar contempla uma escala significativa de gestão dos recursos humanos. A gestão de recursos humanos é, em todas as organizações, determinante para o sucesso da mesma. O meu conhecimento da instituição permite-me afirmar que existe um elevado sentido de compromisso dos recursos humanos com a missão do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque.

Evidentemente, os olhares sobre o funcionamento da escola e as grandes opções estratégicas em matéria de serviço educativo são distintas entre os recursos humanos. Esta diferença de perspetiva não é necessariamente negativa. Importa rentabilizar a pluralidade de opiniões, reunir consensos e potenciar o melhor de cada um.

Pretendemos, neste mandato, exercer uma liderança participada confiando no valor das pessoas enquanto conhecedoras únicas do seu espaço/área de trabalho. Desejamos aumentar o sentido de pertença delegando nos pares a dinamização e coordenação de iniciativas/projetos nas diferentes áreas. Queremos, publicamente, reconhecer e agradecer o contributo de todos e de cada um no funcionamento do Agrupamento.

Às estruturas educativas - essenciais na articulação pedagógica - pede-se ousadia e coragem para trilhar o caminho da inovação e mudança.

 Vai investir na comunicação e na transparência?

A comunicação e transparência são marcas insupríveis de um serviço público de qualidade e excelência. O Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, enquanto instituição de ensino, que pretende proporcionar à comunidade a prestação de um serviço educativo de excelência, tem de salvaguardar o princípio da transparência e reforçar o seu plano de comunicação interno e externo.

O plano de ação inscrito no Projeto de Intervenção que submeti à apreciação do Conselho Geral contempla um conjunto de estratégias para melhorar a fluidez e clareza da comunicação interna e externa. Neste capítulo, vamos recorrer aos meios de comunicação próprios para alargar a nossa comunicação com o exterior e recorrer a formas distintas de comunicação interna para que permitam melhorar a eficácia das comunicações.

A transparência será um dos pilares para concretizar o sentimento de confiança que desejamos que a comunidade sinta na instituição. Salvaguardado o Regime Geral da Proteção de Dados, toda a informação pertinente será do conhecimento da comunidade e das partes interessadas.

 Quem são o seu subdiretor e as suas adjuntas e que pelouros têm? Quais são os seus assessores? E o coordenador da Escola de Santa Clara?

A equipa que me vai acompanhar está constituída e composta pelo Dr. Francisco Barros no cargo de subdiretor e a Dr.ª Célia Garcia, Dr.ª Cláudia Gama e a Dr.ª Nélia Carrilho nos cargos de adjuntas. A coordenação da Escola Básica de Santa Clara será exercida pela Dr.ª Fátima Antunes. O Dr. António Paula e a Dr.ª Isabel Gonçalves integram a assessoria técnico-pedagógica à Direção.

A composição desta equipa tem como objetivo dar resposta às necessidades da instituição, o reforço e proximidade dos diferentes níveis de ensino e áreas curriculares ao órgão de gestão. Nesta equipa diretiva não existem pelouros distribuídos. Trabalharemos em equipa.

A constituição desta equipa reforça a presença e importância da educação pré-escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico com um elemento profundamente conhecedor destes níveis de ensino. Salvaguarda, igualmente, a representação no órgão de gestão das línguas e humanidades, das ciências, das tecnologias e das expressões. O 2.º Ciclo do Ensino Básico e a Escola Básica de Santa Clara têm a sua presença reforçada por intermédio da coordenadora do estabelecimento, resultante da auscultação aos pares e da assessoria técnico-pedagógica da Dr.ª Isabel Gonçalves.

Importa sublinhar que a coordenação de todos os estabelecimentos da educação pré-escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico se mantêm, afirmando, deste modo, uma perspetiva de segurança e conforto para as equipas aí existentes.      

 Que relação quer manter com a Associação de Pais? E com a Associação de Estudantes? E com a autarquia? E com a comunidade educativa?

Os nossos parceiros são, sem exceção, fundamentais na prestação de um serviço educativo de excelência e na missão da instituição.

Com a Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque pretendemos manter uma articulação estratégica para responder às necessidades das famílias e dos alunos. Enquanto principais responsáveis pela educação das crianças, os pais esperam da Escola respostas efetivas para o seu quotidiano e desenvolvimento integral dos seus filhos.

Os direitos dos alunos representam para nós uma prioridade. A Associação de Estudantes, enquanto representante da nossa população estudantil, será um parceiro estratégico na resposta educativa às necessidades dos nossos alunos. A demonstrar a importância dos estudantes na missão do Agrupamento, está a criação da figura do provedor do aluno. O seu nome está escolhido e será brevemente anunciado à comunidade. 

No presente ano letivo a relação com a autarquia assumiu uma nova dimensão resultante do processo de descentralização e transferência de competências para as autarquias locais ao abrigo da Lei n.º 50/2018, de 16 de agosto, e respetivos diplomas setoriais. Este processo salvaguarda a “autonomia pedagógica e curricular dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, recentemente reforçada pela faculdade conferida às escolas para gerir parcialmente o currículo dos ensinos básico e secundário partindo das matrizes curriculares-base, e a estrita observância dos direitos de participação dos docentes no processo educativo, previstos no Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário”. No entanto, o reforço e consolidação do planeamento em matéria de carta educativa municipal, o plano de transporte escolar, a plurianualidade da rede de oferta de educação e formação, o fornecimento das refeições escolares, a competência para o recrutamento, seleção e gestão do pessoal não docente e a organização da vigilância e segurança de equipamentos educativos por parte da autarquia consagram uma oportunidade de equidade, redução das assimetrias e desenvolvimento diferenciador da região em matéria de educação.

Relativamente à comunidade educativa e restantes parceiros estratégicos, pretendemos manter a estreita colaboração que assegura a missão da instituição e concretizar o conceito de “escola aberta à comunidade” mediante a capacidade dos nossos recursos humanos e materiais. Temos o desejo de celebrar acordos de parceria com novas instituições com o objetivo de reforçar e diversificar a oferta educativa complementar em novas áreas para os nossos alunos. 

Quando vai divulgar o projeto de intervenção que apresentou na sua candidatura?

A divulgação do Projeto de Intervenção que submeti à apreciação do Conselho Geral estará disponível após a minha tomada de posse. Disponibilizarei uma versão impressa que ficará disponível na sala de professores e uma versão digital disponível na página da internet do Agrupamento.

 Deixe uma mensagem aos alunos do AEAAG.

Para os nossos alunos reservo o melhor desta entrevista. Quero dizer-lhes que para eles fica guardado o melhor do meu Projeto de Intervenção. A flexibilização dos ambientes de aprendizagem visa proporcionar aos alunos o desenvolvimento do pensamento criativo, a curiosidade e imaginação, a resolução de problemas, a iniciativa e empreendedorismo, a colaboração e cooperação, a liderança, a comunicação oral e escrita e a sensibilidade artística, cultural e social. Em conjunto, estas competências, capacidades e o conhecimento traduzem os requisitos anunciados para as profissões do século XXI e contribuem para uma sociedade mais justa, sustentável, equilibrada e harmoniosa.

0 comentários :

Enviar um comentário

Os comentários anónimos serão rejeitados.