José António
Carvalho toma posse amanhã, 10 de janeiro de 2022, como Diretor do Agrupamento
de Escolas Afonso de Albuquerque. Numa entrevista muito completa sobre o seu
pensamento, aqui ficam as respostas às perguntas do Blogue EXPRESSÃO.
Cartão de Cidadão de José António
Carvalho: defina-se a si próprio.
“O signo carneiro
ou áries é o mais dinâmico e excitante de todos os signos do Zodíaco. Os
nativos de carneiro são líderes natos e estão sempre dispostos a abrir novos
caminhos sendo pioneiros e determinados”. Esta definição pode servir de mote
para a forma como me defino.
A humildade que me
caracteriza não me inibe o espírito de luta, de iniciativa e liderança, a
coragem e ambição. Em cada solução não vejo um problema. Considero-me
determinado nas estratégias para a resolução dos problemas. Sou grato por tudo
aquilo que a vida me proporciona diariamente.
No meu dia a dia,
procuro igualmente superar fraquezas que podem comprometer o meu desempenho
profissional. A intensidade que caracteriza a minha forma de viver, serve,
simultaneamente, de energia contagiante e algumas deceções resultantes das
expectativas criadas. Procuro combater as fraquezas com aceitação, diálogo e
pelo princípio do “não julgamento”.
De forma objetiva: é o
maior desafio profissional da minha carreira. Liderar uma instituição com a
reputação do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque é um enorme desafio.
Estou empenhado em honrar a história desta instituição despertando-a para um
caminho de inovação e mudança. O meu propósito é contribuir para a missão da
instituição prestando à comunidade um serviço educativo de excelência.
Tenho uma visão
abrangente sobre a educação que pretendo traduzir em processos simples,
operacionais e sem burocracia que permitam o foco da instituição no essencial
da sua missão: educar e ensinar.
Apresento-me neste
desafio motivado pela cultura e mentalidade da instituição, pelo seu potencial
de transformação, inovação e mudança. Estou empenhado em responder aos desafios
da educação inclusiva com respostas diferenciadas e individualizadas. Pretendo
contribuir para uma escola acolhedora, agradável, confortável e segura, assente
numa liderança centrada no valor das pessoas. Desejo contribuir para o
sentimento de pertença dos colaboradores confiando e reconhecendo o seu
trabalho.
Neste desafio,
motiva-me uma escola com orgulho na sua história… preparada para a mudança,
aberta à transformação, moderna, inovadora e pedagogicamente diferenciadora.
O Agrupamento de
Escolas Afonso de Albuquerque, descendente do Liceu Nacional da Guarda, é uma
instituição com uma história honrosa iniciada em 1836 resultante da reforma do
ensino de Passos Manuel. Rigor e excelência são marcas com tradição que importa
preservar. Com as sucessivas reformas na educação e a evolução da sociedade, a
instituição definiu-se como escola inclusiva - consagrado no atual Projeto
Educativo - sendo disso exemplo a existência do Centro de Recursos TIC para a
Educação Especial, as Unidades Especializadas de Autismo e Multideficiência e a
Unidade de Intervenção Precoce. Importa, agora, percorrer o caminho da
inovação, da mudança, da transição digital e das boas-práticas, nacionais e internacionais,
que colocam os alunos no centro da ação educativa criando-lhes condições para
se tornarem agentes ativos na construção do seu conhecimento, das suas
capacidades e competências. O meu Projeto de Intervenção contempla um conjunto
de medidas para dar a cada aluno a resposta que ele necessita. Pretendo uma
instituição onde todos os alunos são importantes, onde nenhum aluno fica para
trás e onde a resposta às necessidades das famílias constituem uma prioridade.
Durante a minha
liderança tenho como objetivo “imprimir” outras marcas na instituição. A
redução do trabalho burocrático através da digitalização e simplificação dos
processos, a inovação na preparação das atividades pedagógicas com recurso ao
trabalho colaborativo, a humanização dos ambientes educativos através da
transformação baseada nos fatores da pedagogia, arquitetura e tecnologia,
juntamente com a sensação de conforto, segurança, bem-estar e gratidão são
marcas que pretendo deixar na instituição.
Absolutamente.
Qualidade e rigor são marcas do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque.
Idealizo uma instituição assente no princípio da confiança onde as pessoas são
o ativo mais importante da organização. Pretendo concretizar uma liderança
participada, ouvir todos os interessados consoante o tipo de relação com a
instituição, reunir consensos e estimular e apoiar o espírito de iniciativa e
empreendedorismo dos colaboradores. O Agrupamento de Escolas Afonso de
Albuquerque possui recursos humanos altamente competentes em quem eu confio e
reconheço capacidade de autonomia e iniciativa. A juntar à experiência,
competência, rigor e qualidade, pretendo acrescentar a humanização, a
segurança, o conforto, o bem-estar e a harmonia no quotidiano da instituição. O
caminho da inovação e mudança será proporcionado em segurança e de forma
contagiante.
A gestão escolar
contempla uma escala significativa de gestão dos recursos humanos. A gestão de
recursos humanos é, em todas as organizações, determinante para o sucesso da
mesma. O meu conhecimento da instituição permite-me afirmar que existe um
elevado sentido de compromisso dos recursos humanos com a missão do Agrupamento
de Escolas Afonso de Albuquerque.
Evidentemente, os
olhares sobre o funcionamento da escola e as grandes opções estratégicas em
matéria de serviço educativo são distintas entre os recursos humanos. Esta
diferença de perspetiva não é necessariamente negativa. Importa rentabilizar a
pluralidade de opiniões, reunir consensos e potenciar o melhor de cada um.
Pretendemos, neste
mandato, exercer uma liderança participada confiando no valor das pessoas
enquanto conhecedoras únicas do seu espaço/área de trabalho. Desejamos aumentar
o sentido de pertença delegando nos pares a dinamização e coordenação de
iniciativas/projetos nas diferentes áreas. Queremos, publicamente, reconhecer e
agradecer o contributo de todos e de cada um no funcionamento do Agrupamento.
Às estruturas
educativas - essenciais na articulação pedagógica - pede-se ousadia e coragem
para trilhar o caminho da inovação e mudança.
A comunicação e
transparência são marcas insupríveis de um serviço público de qualidade e
excelência. O Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, enquanto
instituição de ensino, que pretende proporcionar à comunidade a prestação de um
serviço educativo de excelência, tem de salvaguardar o princípio da
transparência e reforçar o seu plano de comunicação interno e externo.
O plano de ação
inscrito no Projeto de Intervenção que submeti à apreciação do Conselho Geral
contempla um conjunto de estratégias para melhorar a fluidez e clareza da
comunicação interna e externa. Neste capítulo, vamos recorrer aos meios de
comunicação próprios para alargar a nossa comunicação com o exterior e recorrer
a formas distintas de comunicação interna para que permitam melhorar a eficácia
das comunicações.
A transparência será um
dos pilares para concretizar o sentimento de confiança que desejamos que a
comunidade sinta na instituição. Salvaguardado o Regime Geral da Proteção de
Dados, toda a informação pertinente será do conhecimento da comunidade e das
partes interessadas.
A equipa que me vai
acompanhar está constituída e composta pelo Dr. Francisco Barros no cargo de
subdiretor e a Dr.ª Célia Garcia, Dr.ª Cláudia Gama e a Dr.ª Nélia Carrilho nos
cargos de adjuntas. A coordenação da Escola Básica de Santa Clara será exercida
pela Dr.ª Fátima Antunes. O Dr. António Paula e a Dr.ª Isabel Gonçalves
integram a assessoria técnico-pedagógica à Direção.
A composição desta
equipa tem como objetivo dar resposta às necessidades da instituição, o reforço
e proximidade dos diferentes níveis de ensino e áreas curriculares ao órgão de
gestão. Nesta equipa diretiva não existem pelouros distribuídos. Trabalharemos
em equipa.
A constituição desta
equipa reforça a presença e importância da educação pré-escolar e do 1.º Ciclo
do Ensino Básico com um elemento profundamente conhecedor destes níveis de
ensino. Salvaguarda, igualmente, a representação no órgão de gestão das línguas
e humanidades, das ciências, das tecnologias e das expressões. O 2.º Ciclo do
Ensino Básico e a Escola Básica de Santa Clara têm a sua presença reforçada por
intermédio da coordenadora do estabelecimento, resultante da auscultação aos
pares e da assessoria técnico-pedagógica da Dr.ª Isabel Gonçalves.
Importa sublinhar que a
coordenação de todos os estabelecimentos da educação pré-escolar e do 1.º Ciclo
do Ensino Básico se mantêm, afirmando, deste modo, uma perspetiva de segurança
e conforto para as equipas aí existentes.
Os nossos parceiros
são, sem exceção, fundamentais na prestação de um serviço educativo de
excelência e na missão da instituição.
Com a Associação de
Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque
pretendemos manter uma articulação estratégica para responder às necessidades
das famílias e dos alunos. Enquanto principais responsáveis pela educação das
crianças, os pais esperam da Escola respostas efetivas para o seu quotidiano e
desenvolvimento integral dos seus filhos.
Os direitos dos alunos
representam para nós uma prioridade. A Associação de Estudantes, enquanto
representante da nossa população estudantil, será um parceiro estratégico na
resposta educativa às necessidades dos nossos alunos. A demonstrar a
importância dos estudantes na missão do Agrupamento, está a criação da figura
do provedor do aluno. O seu nome está escolhido e será brevemente anunciado à
comunidade.
No presente ano letivo
a relação com a autarquia assumiu uma nova dimensão resultante do processo de
descentralização e transferência de competências para as autarquias locais ao
abrigo da Lei n.º 50/2018, de 16 de agosto, e respetivos diplomas setoriais.
Este processo salvaguarda a “autonomia pedagógica e curricular dos agrupamentos
de escolas e escolas não agrupadas, recentemente reforçada pela faculdade
conferida às escolas para gerir parcialmente o currículo dos ensinos básico e
secundário partindo das matrizes curriculares-base, e a estrita observância dos
direitos de participação dos docentes no processo educativo, previstos no
Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos
Básico e Secundário”. No entanto, o reforço e consolidação do planeamento em
matéria de carta educativa municipal, o plano de transporte escolar, a
plurianualidade da rede de oferta de educação e formação, o fornecimento das
refeições escolares, a competência para o recrutamento, seleção e gestão do
pessoal não docente e a organização da vigilância e segurança de equipamentos
educativos por parte da autarquia consagram uma oportunidade de equidade,
redução das assimetrias e desenvolvimento diferenciador da região em matéria de
educação.
Relativamente à comunidade educativa e restantes parceiros estratégicos, pretendemos manter a estreita colaboração que assegura a missão da instituição e concretizar o conceito de “escola aberta à comunidade” mediante a capacidade dos nossos recursos humanos e materiais. Temos o desejo de celebrar acordos de parceria com novas instituições com o objetivo de reforçar e diversificar a oferta educativa complementar em novas áreas para os nossos alunos.
Quando
vai divulgar o projeto de intervenção que apresentou na sua candidatura?
A divulgação do Projeto
de Intervenção que submeti à apreciação do Conselho Geral estará disponível
após a minha tomada de posse. Disponibilizarei uma versão impressa que ficará
disponível na sala de professores e uma versão digital disponível na página da
internet do Agrupamento.
Para os nossos alunos
reservo o melhor desta entrevista. Quero dizer-lhes que para eles fica guardado
o melhor do meu Projeto de Intervenção. A flexibilização dos ambientes de
aprendizagem visa proporcionar aos alunos o desenvolvimento do pensamento
criativo, a curiosidade e imaginação, a resolução de problemas, a iniciativa e
empreendedorismo, a colaboração e cooperação, a liderança, a comunicação oral e
escrita e a sensibilidade artística, cultural e social. Em conjunto, estas
competências, capacidades e o conhecimento traduzem os requisitos anunciados
para as profissões do século XXI e contribuem para uma sociedade mais justa,
sustentável, equilibrada e harmoniosa.
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