Em homenagem ao Dia Internacional
da Mulher, a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço organizou ontem, 8 de março, pelas 16 horas, uma conversa entre
mulheres, sobre mulheres. Anabela Matias, Ana Monteiro e Elisabeth Carlos Morão
reuniram-se para conversar sobre o papel da mulher no sec. XIX, sendo o foco:
Anna Karenina, Emma Bovary e Maria Monforte.
Estes romances do sec.
XIX retratam a maneira de ser e viver da burguesia, onde muitas vezes o
principal assunto é o adultério, mas não de qualquer pessoa. Os casos
extraconjugais exibidos na literatura tinham sempre a mulher como protagonista,
sendo essa uma das coisas que as três mulheres têm em comum.
“Anna Karenina”, romance
de Leon Tolstoi, apresenta uma aristocrata casada, que se apaixona por um conde
e que se entrega aos seus desejos; “Madame Bovary”, romance de Gustave
Flaubert, conta a história de Emma Bovary, mulher casada e entediada, que é
associada a diversos casos e infelicidades; “Os Maias”, escrito por Eça de
Queiroz, torna Maria Monforte a principal responsável pela tragédia que
aconteceu à família, devido ao seu adultério consciente.
É de notar que as
mulheres desta época eram muito oprimidas e alvo de crítica constante, mesmo quando
os homens praticavam também esse ato. Através destas obras, os autores
conseguem revelar e criticar aspetos da vida social, expondo a sua opinião no
discurso dos seus personagens - exemplo disso é o discurso de João da Ega, na
obra de Eça de Queiroz, que afirma que “as mulheres quanto menos souberem,
melhor”.
Em suma, com a palestra conseguimos adquirir mais informação sobre o objetivo das obras e da forma como as personagens femininas eram retratadas, assim como as críticas que elas destacavam numa sociedade machista e desajustada, onde a censura era por serem mulheres, e não pelo adultério em si. (Fotos: JM, Carlos Adaixo e BMEL)
Cátia Nunes (11ºG)
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