Aqui fica o texto do 2º lugar do PEVP - TEXTO, da Maria Correia.
TEMA A: Os jovens costumam andar arredados da realidade política, na sua grande maioria. Raros são os que cedo começam a ganhar consciência política e a participar ativamente na vida social. A verdade é que a falta de consciência política e de cidadãos comprometidos está a provocar o avanço de ideologias extremistas no nosso país e na Europa. Em semana de eleições expõe o teu pensamento acerca de como encaras a atividade política e como vês a importância das eleições e a obrigatoriedade de votar. Numa crónica / texto de opinião de 300 a 400 palavras, destinada a um jornal local, mostra-nos como é que os olhos de um(a) jovem como tu veem este tema atual.
Por
outro lado, percebo também que a política não está destinada aos jovens, mas
sim às pessoas que têm memória presente dos tempos vividos antes do 25 de
abril, quer seja por os terem presenciado ou por terem sido ensinados à base
das profundas marcas estruturais deixadas por quase meio século de repressão e
conservadorismo.
Porque é
que afirmo estas premissas? Penso que é fácil de compreender: são estas pessoas
que realmente têm a memória viva (seja por passagem de testemunho ou por
vivência própria) de toda a luta - muitas das vezes intelectual - que a
implementação da liberdade necessitou. Vejo que os jovens da minha geração
encaram o extremismo e até a ideologia salazarista como algo “do passado”, mas
é nesse momento que reflito e afirmo: ambos persistiram no tempo e, com o nosso
desinteresse, alimentamos a rutura da nossa liberdade, a única certeza que
aprendemos desde que temos ideia que existimos.
Tenho o
desejo profundo de que a minha geração acorde, que lute, que não tome por
garantido ter capacidade de pensamento próprio, pois os meus avós nunca tiveram
direito a tal na sua juventude. Apesar do voto não ser legalmente obrigatório (e
ainda bem, pois mesmo que direito e obrigatoriedade coexistam em diversos
aspetos, a existência de voto obrigatório implicaria a perda da ideia de
direito), é obrigatório para com as gerações passadas, as do presente e as que
ainda virão.
Quero
continuar a pensar, não quero as minhas asas cortadas. Preciso da democracia
com a reciprocidade com que ela precisa de mim.
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