Rui Miguel Paiva Pissarra nasceu em 1971 e andou na Guarda e nas escolas do AEAAG (Augusto Gil, Preparatória e Afonso de Albuquerque) nos anos 70 e 80, até aos inícios dos anos 90. Vem à Guarda no dia 25 de junho (este sábado, às 17 horas) apresentar o seu livro "1882, o Ano do Comboio". Vive e trabalha na Alemanha mas continua a pensar (n)a Guarda. Vamos vê-lo este sábado à BMEL?
Para quem
esteja em Lisboa, o lançamento far-se-á no dia 26, domingo, no Hotel 3K
Barcelona (Rua Laura Alves, 10) pelas 15 horas, incluindo também uma prova de
vinhos pela herdade de Canal Caveira. Rui Pissarra aceitou responder às
perguntas do Blogue EXPRESSÃO. Aqui ficam as respostas.
De que trata o livro “1882, O Ano do Comboio”?
Basicamente o meu livro é um romance histórico que tem
como barreiras cronológicas os anos de 1834 a 1882. Ou seja, inicia-se com a
guerra civil (1832-1834) e termina na viagem inaugural da Linha de caminho de
ferro da Beira Alta em agosto de 1882. Em termos espaciais a ação passa-se em
três cidades, Lisboa, Porto e Guarda. No entanto, grande parte da história tem
lugar nas ruas da cidade da Guarda. Uma cidade bem diferente daquela que hoje
conhecemos. Como o enredo se desenrola ao longo do século XIX, a personagem
principal do livro cruza-se, aqui e ali, com os acontecimentos da história
local e nacional e com as personalidades que viveram nessa época.
Porque sentiu necessidade de escrever sobre a Guarda?
Escrevi sobre a Guarda porque é a cidade onde nasci e
onde cresci até sair para cumprir o serviço militar. A Guarda faz parte da
minha vida. Outro motivo que me levou a escrever sobre a Guarda foi o facto de
não haver histórias ficcionadas que retratem o como era a cidade antigamente ou
até no presente. Há muitos trabalhos científicos. Este tipo de trabalhos são
importantes. Também fiz a minha parte com a dissertação de mestrado sobre a
cidade da Guarda, mas a ficção chega mais facilmente a toda a gente. Com um bom
romance aprende-se muito de história. Esse é um dos meus objetivos com o “1882,
O Ano do Comboio”. No final do livro, coloquei três mapas atuais (de Lisboa,
Porto e Guarda), para as pessoas localizarem os sítios em que se passa a
história, com referências precisas ao que existia antes e ao que existe agora.
Também fiz um pequeno levantamento biográfico sobre as personagens que tiveram
existência real. O livro é também uma boa forma de relembrar a memória dessas
pessoas.
Como foi o seu trajeto após a saída da Afonso de Albuquerque?
Depois de terminar o ensino secundário formei-me em
História (via ensino) pela Universidade Lusíada, em Lisboa. Durante alguns anos
dei aulas em escolas do distrito da Guarda. Em 2001 surgiu a hipótese de
ingressar de forma provisória no EPE, Ensino de Português no Estrangeiro, mais
concretamente no sul da Alemanha. Como a minha mulher já estava em Munique, não
hesitei em aceitar o desafio. Concorri e saiu-me um lugar algures perto de Ulm
(a cidade de Albert Eistein). No princípio não foi fácil, mas acabou por correr
bem. Basicamente dava aulas de Língua e Cultura Portuguesas aos filhos dos
emigrantes. Mais tarde, voltei à universidade e, em 2011, terminei o mestrado
em Estudos Portugueses Multidisciplinares e concorri para dar aulas na
universidade. Comecei na Universidade de Augsburg e passados dois anos entrei
na Universidade Técnica de Munique. Nestas universidades ensino Língua
Portuguesa (como língua estrangeira). Atualmente continuo a dar aulas nestas
duas universidades e a trabalhar no EPE, agora tutelado pelo IC, Camões,
Instituto da Cooperação e da Língua.
Que aspetos ainda recorda da ESAAG?
De qualquer escola onde andei lembro-me sempre de duas
coisas. Por um lado, as amizades, o convívio com os amigos fora da escola, as
cavaqueiras nos intervalos e as “futeboladas” à sexta-feira à tarde. Por outro
lado, lembro-me dos ensinamentos dos professores. Para mim foram todos
espetaculares. Mas, claro, há alguns que ficaram na memória. Desses nunca
esquecerei os professores Manuel Luís (de História), Fernando Martins (de
Geografia), Virgílio Bento (de Filosofia), Manuel Lobo (de Português) e António
Augusto (de Português).
Convide as pessoas a ir no dia 25 à BMEL.
Sábado, dia 25 de junho, pelas 17h00, farei a
apresentação do romance histórico “1882, O Ano do Comboio” na Biblioteca
Municipal Eduardo Lourenço. Desta vez a ficção chega à cidade da Guarda: o
regimento de Infantaria 12 regressa ao edifício onde se encontra hoje o Arquivo
Distrital, o Convento de Santa Clara vai voltar a existir perto da Torre de
Menagem, o edifício da PSP passa a ser outra vez o Governo Civil, no Largo da
Sé há agora umas enormes faias, o Caminho de Ferro da Beira Alta é inaugurado,
o rei D. Luís anda pelas ruas da cidade e alguém o vai tentar matar...
Apareçam na Biblioteca Eduardo Loureço no dia 25 e descubram o
resto da história...
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