terça-feira, 9 de outubro de 2018

PASSA AMANHÃ, DIA 10, NA GUARDA E NÓS VAMOS LÁ Marta Milhões escreve sobre filme "Soldado Milhões"

Marta Milhões
         Um grupo de alunos da ESAAG irá amanhã, dia 10 de outubro, ao TMG assistir ao filme "Soldado Milhões", de Gonçalo Galvão Teles e Jorge Paixão da Costa. Trata-se do filme que reconstitui a história heroica do Soldado Milhões, aliás Aníbal Augusto Milhais, que na Batalha de La Lys, em 1917, conseguiu sobreviver e salvar muitos camaradas do CEP (Corpo Expedicionário Português). De tal modo que a frase ficou: "Ó Milhais, tu vales Milhões!". Milhões foi o nome que a família depois adotou nas gerações seguintes. A neta Leónidas Milhões foi professora do 1º ciclo na nossa região e Marta Milhões, bisneta do herói, estudou nos bancos da Escola Sec. Afonso de Albuquerque até 2005. Repetimos hoje o texto que lhe pedimos e publicámos aquando da estreia do filme. Marta tem hoje 31 anos e trabalha no Porto. O filme passa de dia para as escolas e às 21h30 para o público em geral.

Para todos nós um herói nacional de bravura e mérito. Para mim, o meu bisavô, o avô da minha mãe, pai do meu avô. É neste misto do Soldado-Homem que o filme “Soldado Milhões” nos enreda. Conta-nos a Nossa História na Primeira Guerra, conta-nos a vida de Aníbal Augusto Milhais, soldado raso que se torna o Milhões.
No filme sentimos o medo do desconhecido, as vibrações do campo de batalha, a revolta, as saudades do que ficou para trás. Tal é reportado no seu mais alto nível por interpretações de grande entrega. Estamos em La Lys e entramos em batalha, acreditem, entramos mesmo!! O que fazer? Em que pensar? Em que acreditar? Milhais, interpretado por João Arrais, está lá, os seus colegas também... Distingue-se o companheirismo, a amizade, a proteção.
Paralelamente vai-se desvendando quem é o Murça, meu bisavô. Homem arrancado da terra como tantos outros. Conhecemos a sua vida, as suas crenças, conhecemo-lo através da excelente interpretação de Miguel Borges. Adelaide, sua filha, surge para desmistificar a figura do soldado. Sentimos a dureza das obrigações, a preocupação, a responsabilidade.
O que distingue Milhais é este misto Soldado-Homem. Para a batalha levou a sua terra, a sua frieza, o seu dever, o seu ser. Não sabendo o que o esperava, soube saber o que fazer! Da batalha trouxe o peso das medalhas. O peso de representar tantos homens perdidos numa guerra “nossa”.
Como bisneta, é fácil a comoção ao ver/reviver o Soldado Milhões. Não o conheci e no mesmo instante conheci-o sempre. Geração em geração fomos e vamos sendo moldados por este conjunto de valores que o definem. Por tal, com muito orgulho sou Milhões, sim, é meu bisavô.
Estou muito feliz com o filme realizado e aqui aproveito para deixar o meu muito obrigado à UKBAR. Viva o cinema português, viva a cultura. Miguel Borges e João Arrais estão mais que parabenizados mas não creio que uma vez mais seja demais. Vivam os atores! A Jorge Paixão da Costa e Gonçalo Galvão Teles, à produtora Pandora da Cunha Telles, um viva à determinação em ressuscitar parte da nossa História.
Viva Milhões!
Marta Milhões

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