Sophia foi falando muitas vezes ao
longo da vida da influência dos jardins das casas por onde passou, numa espécie
de “transe de maravilhamento” com a natureza, que lhe dava proteção, solidão,
encantamento e liberdade. Um dos espaços que mais a influenciou no Porto foi a
casa da avó Joana Andresen, uma espécie de palacete com quinta, que é hoje o
Jardim Botânico do Porto (Rua do Campo Alegre, 1191). Aqui conviveu também com
o seu primo Ruben Andresen Leitão (o escritor Ruben A.), que descreveu com
pormenor este jardim na autobiografia “O Mundo à minha procura”. A casa era
também local de grandes festas, de ambientes “de festa e magia”, de “encantamento
pelas coisas maravilhosas” e de “gosto pela vida”, muito à maneira nórdica. Esse
lado “encantatório e mágico” vai ser presença habitual nas suas narrativas.
No jardim da casa do Campo Alegre, Sophia
e os primos inventavam histórias com gnomos em redor de um carvalho, que
aparecerá depois no conto “A floresta”. Quando a avó Joana morreu, o jardim
ficou ao abandono, sendo atualmente o Jardim Botânico do Porto.
0 comentários :
Enviar um comentário
Os comentários anónimos serão rejeitados.