sábado, 26 de outubro de 2019

31 VEZES SOPHIA (20) Poemas a Sophia por Manuel Alegre e António Ramos Rosa


      Vários poetas escreveram sobre Sophia de Mello Breyner Andresen, em geral em tom laudatório. No formato de poema aqui ficam dois exercícios sobre a pessoa de Sophia, publicados no JL de 25 de junho de 1991, o primeiro de Manuel Alegre e o segundo de António Ramos Rosa: 


SOPHIA
Da lusitana antiga fidalguia
um dizer claro e justo e franco
uma concreta e certa geometria
uma estética do branco
debruado de azul.

Sua escrita é de nau e singradura
e há nela o mar o mapa a maravilha. 

Sophia lê-se como quem procura
a ilha sempre mais ao sul.
(Poema de Manuel Alegre)

PARA SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Tua vasta alegria é um ócio resplandecente
que propaga e ondula o ouro maravilhado
Toda te convertes em presságio e fragância
e a tua vida freme em ti como uma rosa no espaço
És o dia a claridade do dia dominado
e de cimo em declive és o oriente amanhecendo
Frágil é o teu poder? Frágil e perfeitíssimo
num universo em que a criatura encontra o equilíbrio
justo e a delícia da certeza que é o espaço
De súbito as palavras têm um aroma a vento
e modulam as curvas como sinuosas barcas
(Poema de António Ramos Rosa - excerto)

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