Vários poetas escreveram sobre Sophia de Mello Breyner Andresen, em geral em tom laudatório. No formato de poema aqui ficam dois exercícios sobre a pessoa de Sophia, publicados no JL de 25 de junho de 1991, o primeiro de Manuel Alegre e o segundo de António Ramos Rosa:
SOPHIA
Da lusitana antiga fidalguia
um dizer
claro e justo e franco
uma concreta
e certa geometria
uma estética
do branco
debruado de
azul.
Sua escrita é
de nau e singradura
e há nela o
mar o mapa a maravilha.
Sophia lê-se
como quem procura
a ilha sempre
mais ao sul.
(Poema de Manuel Alegre)
PARA SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Tua vasta alegria é um ócio resplandecente
que propaga e ondula o ouro maravilhado
Toda te convertes em presságio e fragância
e a tua vida freme em ti como uma rosa no espaço
És o dia a claridade do dia dominado
e de cimo em declive és o oriente amanhecendo
Frágil é o teu poder? Frágil e perfeitíssimo
num universo em que a criatura encontra o equilíbrio
justo e a delícia da certeza que é o espaço
De súbito as palavras têm um aroma a vento
e modulam as curvas como sinuosas barcas
que propaga e ondula o ouro maravilhado
Toda te convertes em presságio e fragância
e a tua vida freme em ti como uma rosa no espaço
És o dia a claridade do dia dominado
e de cimo em declive és o oriente amanhecendo
Frágil é o teu poder? Frágil e perfeitíssimo
num universo em que a criatura encontra o equilíbrio
justo e a delícia da certeza que é o espaço
De súbito as palavras têm um aroma a vento
e modulam as curvas como sinuosas barcas
(Poema de António Ramos Rosa - excerto)
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