Sophia com poucos meses ao colo da bisavó materna, Maria Amélia de Carvalho Burnay. a avó Sophia à esquerda e a mãe Maria à direita, no Palácio Burnay no Natal de 1919. |
Sofia de Mello Breyner de Andresen
nasce a 6 de novembro de 1919, pelas 11 horas da manhã, no Porto, filha de
Maria Amélia Burnay de Mello Breyner e de João Henrique Andresen. Pelas regras
da República foi registada com f e não com ph, forma que mais tarde havia de
assumir como escritora. Naquele dia, depois de parto (em casa, como era hábito
na altura), teve a visita do pai, acompanhado dos cães de caça preferidos. Às cinco
da tarde, veio o avô Thomaz, chegado de Lisboa, visitar a sua “querida neta”. É
a primeira filha de 4 irmãos, Sofia, João Henrique, Thomaz e Gustavo.
O avô materno, Thomaz de Mello Breyner,
era 4º conde de Mafra e médico da família real, sendo também professor da
Faculdade de Medicina de Lisboa. Foi a principal influência de Sophia no mundo
da poesia, enquanto criança. Do lado paterno, a avó Joana Andresen era filha de
Jan Henrik Andresen, dinamarquês que se tinha instalado no Porto dentro dos
negócios de transporte de vinhos, seguros e navegação, vindo do arquipélago das
Frísias Orientais. O imaginário nórdico de “Saga” vem daí.
Sophia fala do dia do seu
nascimento desta maneira:
“Nasci no Porto em pleno signo de
Escorpião, no dia 6 de novembro, não sei a que horas. Tive sempre a impressão
de me lembrar de quando estava no berço, numa claridade vaga, branca e suspensa
coada pelas cortinas de cassa branca do berço e pelas cortinas, também de cassa
branca, das duas grandes janelas do quarto da minha mãe. Era um berço que tinha
sido do meu bisavô Andresen, um berço alto de madeira, estilo Império, com uma
cabeça de cegonha com um grande bico a segurar a cassa das cortinas.”.
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