Sophia de Mello Breyner casou em 1946 com Francisco Sousa Tavares, tendo-o
conhecido aos 23 anos, em 1943, quando ele andava no 4º ano de Direito. O
casamento durou até à separação em 1985 e Francisco faleceu em 1993. Sophia
havia de viver até 2004.
Em 1993, pouco tempo antes de morrer, Francisco Sousa Tavares descrevia-a assim na altura em que se conheceram: "Não
ficara certo de ter visto uma mulher ou uma Deusa”, tendo acrescentado que era "um
milagre que não parecia real". Era uma espécie de “êxtase interior que me
possuía e desde então me sujeitava à escravidão distante de Sophia",
revela ele. Nas suas memórias, FST revela que na altura se considerava feio,
apesar de reconhecer que tinha “um certo charme”.
Numa carta que escreveu a Francisco, Sophia tratou-o pela alcunha
que lhe deram no colégio – e que detestava: "Tareco, gosto de si porque
você gosta da vida. Libertou-me da minha loucura. Um dia, uma pessoa disse-me
que eu estava prisioneira, encadeada, e que estava à espera de alguém que me
viesse libertar. Matar os monstros e romper as correntes. Gosto de si porque você
gosta da vida. Entusiasma-se com tudo. É uma criança e é um pouco doido. E
gosto de si porque gosto de mim. Boa noite." Sophia assinou como
"Xixa" (que era um diminutivo carinhoso pelo qual a tratavam na
infância).
0 comentários :
Enviar um comentário
Os comentários anónimos serão rejeitados.