Partindo da crónica de Miguel Esteves Cardoso, no manual, A atividade de não ler, no âmbito do estudo das reflexões do Poeta n’ Os Lusíadas (crítica à desvalorização das Artes e das Letras), os alunos deviam escolher uma frase e criar outro texto. Aqui fica o texto da Maria Chagas, do 10º D.
“Causa
genuína aflição vê-los a não ler”
Muitas
das minhas memórias de infâncias são acompanhadas por livros, e desde que me
recordo, fui sempre incentivada, pela minha mãe, a andar acompanhada por um
destes “amiguinhos”. Atualmente, não lhe poderia estar mais agradecida por me
ter apresentado o mundo da leitura, pois é graças a ela que, aonde quer que vá,
levo sempre algo para ler, caso surja um tempinho livre.
Tendo
crescido como uma leitora compulsiva, é-me impensável o facto de que há pessoas
que não são capazes de ler. Não porque não saibam, mas porque, segundo as
mesmas, “não gostam”. Como é possível não se gostar de algo com tanta
variedade? Este argumento seria válido se, por exemplo, todos os livros que
existissem fossem, romances. Nesse caso, admito que até eu me ausentaria desta
atividade, considerando que não é um género que aprecio. Mas havendo uma tão
vasta opção de escolha, qual é a verdadeira desculpa para se abdicar de algo
tão maravilhoso? Digam o que disserem, acredito que qualquer pessoa, se
procurar, conseguirá encontrar o “tal” livro que o trará para o mundo da
leitura.
Ao
contrário do que se diz entre o povo, os livros não “cansam a vista” e não são
algo negativo “porque faz mal puxar muito pela cabeça”. Pelo contrário, esta
ocupação tem inúmeros benefícios: ajuda a dormir melhor (se, ao deitar,
escolhermos passar os olhos pelas páginas e não pelas redes socias, teremos um
sono muito mais descansado), reduz o stress,
aprimora a empatia, expande o vocabulário e, consequentemente, permite uma
melhor escrita, previne doenças como Alzheimer e Demência, torna uma pessoa
mais rica culturalmente e menos preconceituosa, entre muitos outros. Além de
que, ao lermos, sentimo-nos identificados com as personagens e o que enredo,
quando se trata de narrativas, sentimos choque, empatia, surpresa com
acontecimentos da ficção histórica… E é sempre bom abrir um livro novo e sentir
o cheiro das páginas, uma sensação que jamais poderá será suprida por qualquer
invenção tecnológica.
É por
estes motivos que acredito que todos deveríamos ser educados, desde a primeira
idade, a ver os livros como companheiros do nosso dia a dia, para que a leitura
se possa tornar uma atividade comum, e para que deixe de haver a “genuína
aflição” de não ver as pessoas a ler.
Maria
Chagas, 10ºD
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