domingo, 31 de janeiro de 2021

INTERRUPÇÃO (9) Vamos visitar online os maiores museus do mundo?


      Novo confinamento, novo convite a visitar pela Internet museus agora fechados. Pelo site Viagens & Miúdos convidamos a ter acesso a uma visita online aos seguintes museus:

The British Museum

Musei Vaticani

Musée du Louvre

Teatro-Museo Dalí

The National Gallery

National Museum of Natural History

Uffizi

Museu Calouste Gulbenkian

Hermitage Museum 

RijksMuseum

Guggenheim Museum de Nova Iorque


Visitamos já ou daqui a pouco?


AMANHÃ, 1 DE FEVEREIRO Nova Reunião do Conselho Pedagógico prepara Ensino não presencial

 

O Conselho Pedagógico do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque volta a reunir amanhã, 1 de fevereiro, às 14 horas, para preparar o Plano de Ensino não presencial do Agrupamento a vigorar a partir do dia 8 de fevereiro.

O Conselho Pedagógico é composto pelos coordenadores de departamento (9), coordenadores de ciclo (3), coordenadora das bibliotecas escolares, coordenador dos Cursos Profissionais e Representante do Serviço de Psicologia e Orientação.

FALECIMENTO Faleceu António Paixão Pires, ex-professor da ESAAG


     António Paixão Pires, professor aposentado do Grupo de Economia / Direito da Escola Secundária Afonso de Albuquerque, faleceu esta sexta-feira, 29 de janeiro, com 76 anos. O funeral teve lugar ontem, dia 30. António Paixão Pires exerceu também na Guarda a atividade de advocacia durante muitos anos.

À família, nomeadamente à também ex-professora da ESAAG Dolores Pires, o Blogue EXPRESSÃO expressa as mais sentidas condolências.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

INTERRUPÇÃO (8) Plataformas ready? Vamos começar?

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Agora que se anuncia o dia 8 de fevereiro como o dia de regresso aos trabalhos escolares, é altura de alunos e professores se ambientarem de novo às plataformas de aprendizagem à distância. Nos próximos dias os estabelecimentos de ensino prepararão os seus planos de ensino à distância. No Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, as plataformas Classroom e Moodle continuarão a ser utilizadas. E para melhor preparação continuam à disposição na página do Agrupamento os tutoriais destas plataformas.

Entretanto a Escola Virtual (Grupo Porto Editora) e a Aula Digital (Grupo Leya) puseram gratuitamente os seus recursos à disposição dos alunos e professores para os próximos meses. Basta que, depois do registo de cada aluno ou professor, cada um utilize os recursos à disposição, havendo alguns que apenas os professores poderão pôr à disposição dos alunos. O melhor é ir pois a estas plataformas e fazer  o registo, até porque depois os professores poderão querer que os alunos desenvolvam trabalho dentro da EV ou AD.

Vamos aprender? Se quando lá chegarmos tivermos a rodagem feita, será mais fácil.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

HOJE, 28 DE JANEIRO, ÀS 16 HORAS Webinar sobre Cibersegurança

 


       Hoje, quinta-feira, 28 de janeiro, às 16 horas, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) promove mais um Cibertema no formato Webinar através da DGE. O ponto de partida da conversa são os resultados do Inquérito ao pessoal docente sobre cibersegurança feito no período de pandemia.

Para assistir a este evento basta clicar neste link (plataforma Teams).   Ver o programa acima.

INTERRUPÇÃO (7) Prémios Alfredo da Silva - Prazo vai até 19 de março

 

Os 150 anos do nascimento do empresário Alfredo da Silva, ligado à criação e desenvolvimento do grupo CUF (Companhia União Fabril), dão ocasião a uma iniciativa intitulada “Prémios Alfredo da Silva”. O concurso visa premiar os melhores trabalhos do 3º ciclo e do ensino secundário sobre a personalidade de Alfredo da Silva, o seu tempo e as suas iniciativas. São premiados os 3 melhores trabalhos em 3 categorias:

-Trabalhos escritos;

-Trabalhos em suporte vídeo ou fotografia;

-Trabalhos em desenho, pintura ou escultura.

Os trabalhos escritos deverão ter entre 6.000 a 8.000 caracteres e os vídeos terão 2 a 3 minutos. As pinturas serão em formato A2 e as esculturas em 50X50X50cm. O prazo de candidatura será até 19 de março. Informa-te sobre Alfredo da Silva e consulta sobre o resto o site alfredodasilva150anos.pt

Os prémios chegam aos 5.000 euros para o 1º prémio, 1.000 euros para o 2º e 500 euros para o 3º.

Aqui fica o vídeo da sessão inaugural das comemorações:



quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

DIA INTERNACIONAL DE MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO Livros de autores portugueses sobre o Holocausto






       Hoje, 27 de janeiro, é o Dia Internacional de Memória do Holocausto. Para o evocar, nada melhor que sugerir livros de autores portugueses sobre o tema. Aqui vai uma vintena de sugestões.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

ESTA QUINTA-FEIRA, DIA 28 Conselho Pedagógico reúne presencialmente

 

O Conselho Pedagógico do Agrupamento reúne esta quinta-feira, 28 de janeiro, às 9h30, presencialmente na ESAAG para discutir a avaliação do 1º período. Aprovará também as Matrizes do 1º Momento de Avaliação do Sistema de Ensino por Módulos Capitalizáveis e analisará o desenvolvimento da flexibilidade curricular, da Cidadania e Desenvolvimento e das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão. Far-se-á também a avaliação do Plano Anual de Atividades.

ÚLTIMOS DIAS Maratona de Cartas da Amnistia até ao dia 31

Continua ainda até 31 de janeiro a iniciativa Maratona de Cartas da Amnistia Internacional (AI) que se destina a pressionar alguns países a respeitar os direitos humanos em casos específicos. Os casos deste ano são os de Nassima Al-Sada (Arábia Saudita), de Germain Rukuki (Burundi), Jani Silva (Colômbia), El Hiblu 3 (Malta), Paing Phyo Min (Myanmar) e o Grupo de Solidariedade LGBTI+ da Turquia.

Este ano, a votação é online é muito simples. Basta assinalar no site da AI os casos que apoiamos e depois indicar o número de cartão de cidadão e a data de nascimento. Depois insere-se o código da Escola Sec. Afonso de Albuquerque: MMWA. Alunos, professores, funcionários, vamos participar?

PROJETO DE CIDADANIA NA ESAAG 3 turmas do 3º Ciclo ligam-se ao Movimento TRANSFORMERS



 





Escola de Superpoderes - Academia Gulbenkian do Conhecimento da Fundação Bento Menni (2020/junho 2021) …

 Novo Ano … Novo Projeto a arrancar!

 Trata-se de um Projeto da Fundação Bento Menni, desenvolvido em parceria com o Movimento Transformers e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. O nosso Agrupamento é parceiro, envolvendo as Turmas 7º D, 8º F e 9º E, na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Parabéns pela parceria e boa sorte a todos!

 

E então? Falemos do Projeto …

Não só em Portugal, mas um pouco por todo o mundo, as taxas de envolvimento cívico e social por parte da sociedade civil têm-se mantido em níveis ameaçadoramente baixos. Se se tomar como referência a taxa de voluntariado, medida de forma uniforme para todos os países segundo o World Giving Index da Charities Aid Foundation não só se verifica que a taxa de voluntariado em Portugal em 2017 se situava nos 26% como existem apenas 13 países no mundo (dos 130 analisados) com uma taxa superior a 40%. A inexistência de uma sociedade cívica e socialmente implicada tem implicações preocupantes. Em primeiro lugar, porque leva ao isolamento social, que é considerado um dos maiores fatores de risco e de perigo em matéria de desenvolvimento e qualidade de vida. Em segundo lugar, porque os problemas que hoje a sociedade civil enfrenta não podem ser resolvidos à margem da sociedade civil. É preciso uma abordagem holística onde cada indivíduo se reconhece na responsabilidade e capacidade de fazer a diferença. A falta de envolvimento cívico e social revela-se também no abandono escolar das crianças e jovens. O absentismo e abandono escolar são a segunda maior ameaça a menores do nosso país (Movimento Transformers).

Este Projeto pretende responder a vários desafios sentidos na atualidade: dificuldade no desenvolvimento de competências sociais e emocionais dos jovens, baixo nível de participação ao nível da comunidade e existência de uma sociedade que estigmatiza a doença mental. Pretendemos desenvolver a criatividade, pensamento crítico, resiliência e a comunicação de 100 jovens (13-18 anos) de Sintra e Guarda, capacitando-os para serem agentes de mudança na comunidade, através de diferentes talentos que aprendem.

Uma Escola de Superpoderes é um espaço onde grupos de aprendizes aprendem diferentes talentos com mentores voluntários, sendo que através das diversas atividades desenvolvem competências sociais para transformarem a sua comunidade. Estas Escolas podem funcionar em qualquer lado: numa escola, em organizações, num lar de acolhimento, num hospital, num bairro social ou até mesmo numa prisão. Cada Escola de Superpoderes têm dois ingredientes fundamentais: Mentores e Aprendizes. Iremos também promover a literacia em saúde mental de forma a diminuir o estigma da doença mental. Pretendemos assim identificar os talentos de cada um e colocá-los ao serviço da comunidade através do Payback - devolver à comunidade tudo aquilo que se aprendeu, minimizando ou resolvendo um problema identificado ao longo do tempo.

Esta Academia Gulbenkian do conhecimento recorre à metodologia de referência Escola de Superpoderes, pretendendo ter um impacto a longo prazo nos participantes, incluindo mentores, para uma maior participação social e construção de uma sociedade mais inclusiva. O projeto será alvo de uma avaliação de impacto, que nos permitirá avaliar os efeitos da intervenção e os pressupostos de mudança inerentes à mesma.

 

Sobre a Fundação…

A FUNDAÇÃO BENTO MENNI foi constituída por iniciativa da Província Portuguesa da Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. A fundação atua no âmbito nacional e internacional e pretende promover a justiça social através do desenvolvimento de projetos e atividades inovadoras no âmbito da cooperação e desenvolvimento, promoção da saúde mental e inclusão social de pessoas em situação de fragilidade social. Tem como visão alcançar uma sociedade promotora de saúde e bem-estar onde todos alcancem a igualdade de oportunidades, contribuindo para o desenvolvimento de indivíduos e consequentemente sociedades mais saudáveis, inclusivas e promotoras de saúde mental. A Fundação atua sobretudo na área da Cooperação e Desenvolvimento e na área da promoção da literacia e prevenção primária em saúde mental.

 

E o AEAAG?

Para nós é mais um Projeto desafiante! Os Professores, de Cidadania e Desenvolvimento, Arlete Conde (7º D), Patrícia Gouveia (8º F) e José Carlos Lopes (9º E) e os seus alunos, vão abraçar este Projeto e desenvolvê-lo com a garra que os caracteriza!

O Projeto foi apresentado na Sede do Agrupamento nesta 2ª e 4ª feiras, correu tudo bem. As Turmas já escolheram os temas que vão desenvolver e em breve conhecerão os seus mentores.

Vamos adorar!

Alina Louro (Professora)

INTERRUPÇÃO (6) Uma conversa sobre Holocausto esta terça-feira às 18 horas

 

Hoje, dia 26 de janeiro, terça-feira, às 18 horas, quem queira ouvir falar do tema do Holocausto na Internet pode seguir as intervenções de Irene Flunser Pimentel e João Pinto Coelho numa iniciativa da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. O tema será “Convivência da Ficção e Não-Ficção no Tema do Holocausto”.

O link geral é este: https://zoom.us/j/95025508376

No Facebook podem aceder aqui:

https://www.facebook.com/events/723272041954147

INTERRUPÇÃO (5) Fronteiras de Esperança, um concurso do Centro de Estudos Ibéricos

 

O Concurso Fronteiras da Esperança, do Centro de Estudos Ibéricos (CEI), aí está de novo a levar os jovens a refletir sobre o seu território e o desenvolvimento da nossa região. Os temas deste ano podem levar à apresentação de trabalhos em texto, cartaz, fotografia, vídeo, Artes Visuais e Arte Digital. Os trabalhos podem ser individuais ou em grupos de 3 alunos no máximo. O prazo de entrega ou envio é 24 de março de 2021. Os temas são os seguintes:

I. Leitura e (re)interpretações do território: diagnósticos prospetivos

– Natureza, ambiente, patrimónios: recursos para um desenvolvimento sustentável

– Da terra à mesa: agricultura e desenvolvimento rural, gastronomia e sistemas alimentares

– Aldeias, vilas, cidades: situação atual e perspetivas de desenvolvimento futuro

II. Escrita, literatura e território: trabalhos de expressão literária

– Literatura e território: originais de prosa ou de poesia (conto, crónica, ensaio, etc.)

– Rotas de Escritores: a minha terra e seus escritores (ensaio, reportagem fotográfica, vídeo)

– Eduardo Lourenço: o homem e a obra (ensaio)

III. Arte e território: trabalhos de expressão artística

– Fotografia

– Artes visuais (desenho, urban sketchers, pintura, escultura, etc.)

– Arte Digital (vídeo, etc.)

– Artes Performativas e expressão dramática

Mais pormenores no site do CEI. Concorremos? Organizem-se.

AS CRÓNICAS DE LUÍS DOS SANTOS VEIGA (2) Hipnotismo e telepatia

 

HISTÓRIAS DOS ANOS 60

Hipnotismo e telepatia

por Luís dos Santos Veiga

No circo assistiram a um número de hipnotismo e telepatia e ficaram deslumbrados com tais “artes”.

Mais tarde, num qualquer jornal leram um minúsculo anúncio de um curso de hipnotismo por correspondência pelo preço de 150$00, do professor C. H. Kiernan. Dois deles associaram-se e abalançaram-se à compra, a meias (para um só, era muito dinheiro!). Lá foram recebendo os fascículos, semana após semana, enquanto iam estudando a matéria e exercitando conforme as instruções: treinar a fixação do olhar e aumentar o brilho dos olhos, intensificar a “força” do pensamento centrado numa ideia.

Um dos sócios breve deixou morrer o assunto. Mas o outro levou o caso bastante a peito e, nas férias, lá na aldeia, passou à primeira fase de aplicação: imobilizar galinhas e coelhos. Então, não é que começou a obter resultados!? Os bichos depois de se debaterem contra o aprisionamento ficavam imobilizados e, movimentando-os nas mãos, a sua cabeça mantinha-se na linha do olhar do operador ou, deitados sobre o dorso, lá ficavam hirtos — ficou a conhecer, assim, a explicação para o fenómeno que já observara na natureza de como as cobras dão caça aos pássaros.

Havia que passar à fase seguinte, mais avançada: hipnotizar alguém a selecionar conforme as lições. Em casa da ti Zanarota, na ausência dos que com ele partilhavam o quarto (nesse tempo poucos ocupavam um quarto individualmente, pois a economia familiar não consentia um tal “luxo”) levou a cabo algumas experiências com um paciente: incapacidade de separar as mãos com os dedos entrelaçados, não poder abrir os olhos, cair de frente e de costas como se fosse uma prancha e, ainda, não recordar esses acontecimentos, resultaram bem.

Importava, para continuar, diversificar a experimentação com outros pacientes; mas o material humano com as categorias convenientes à iniciação escasseava, pois uma tal “arte” não se revelava a qualquer um, que a divulgaria e poderia ser entendida como alguma coisa demoníaca, um bruxedo. Porém, os fascículos foram lidos até ao final e lá se falava do estado cataléptico e da telepatia.

Pensar em desenvolver a catalépsia, que requeria aturada prática da fase de hipnose mais leve, não; mas a telepatia, porque não?

Entretanto, os colegas integrantes daquele grupo, que era coeso, acompanharam o processo e foram participando. No Monteneve, à noite, depois da bica, àquela mesa, que até parecia terem avençado, pois encontravam-na sempre disponível, entremeando com o xadrez, a filosofia, a religião, a literatura, ..., e a política (pois então! embora com o cuidado a que obrigavam os tempos da trilogia “Deus, Pátria e Família”), designava-se um elemento do grupo como recetor e os outros emitiam, combinadamente, uma mensagem simples, como a ideia de um objeto. Também, nalgumas daquelas aulas desinteressantes, em vez de se bocejar, dava-se “ordem” a algum colega para que olhasse para trás ou fizesse um determinado movimento. Com boa frequência as experiências resultavam! Estava visto, a telepatia “funcionava”, não era assim tão complexa, havia que a desenvolver.

Naquele ano peregrinavam pelo país as relíquias de São Francisco Xavier, o apóstolo das Índias, que chegariam pelo lusco-fusco de um dia de primavera já avançada ou mesmo verão entrado, com as noites convidativas ao passeio depois do jantarinho. Os crentes pela fé, outros pelo ato social naturalmente associado ao importante evento religioso e outros ainda por ser boa ocasião de apreciarem as moçoilas, vistosas, já com vestes estivais (ainda que não como as de hoje...), formavam uma grande mole humana que aguardava desde a Sé, onde as relíquias pernoitariam após um solene Te Deum, até à estrada que vem da Covilhã, junto ao Sanatório Dr. Sousa Martins.

Aqui, entre a multidão, um grupo de três ou quatro raparigas, bonitotas, despertou a atenção dos “artistas”. Decidiram transmitir-lhes a “ordem” de passarem, num e noutro sentido, entre dois determinados candeeiros da rua. E não é que elas acabaram por obedecer?  Ninguém deu por nada, nem mesmo elas, pois o ato de passear, naquelas circunstâncias, nada tinha de extraordinário; mas eles sabiam o que acontecera...

Pouco depois, na Praça Velha, o que levara o assunto mais a peito decidiu, agora sozinho, “ordenar” a uma rapariga, também sozinha, que subisse e descesse, repetidamente, a escadaria do edifício ali junto à Sé, à direita de quem vai entrar. Foi grande o pasmo dos circunstantes que não podiam perceber o que se passava com a rapariga, que parecia tola, a subir e descer as escadas sem mais nem pra quê, chega ao fundo volta para cima, chega ao cimo volta para baixo; estaria ela ali, com pouca fé, e por isso possessa? — ter-se-ão perguntado, porventura. Às tantas ela “acordou”, ficou estranhada consigo própria, sentiu-se envergonhada com as gentes a olhá-la e não aguardou mais pelas relíquias do santinho, que, diga-se em abono da verdade, já tardavam demasiado — o lusco-fusco há muito dera vez à noite estrelada.

Entretanto, um outro colega decidiu, só por si, levar a cabo algumas experiências mais arrojadas: “pôs” uma rapariga a caminho da mata até que ela “acordou” e arrepiou caminho; “pôs” uma outra, na sala de espera de um consultório médico, a debater-se, irrequieta e insegura, entre subir um pouco mais e fazer descer a saia (as modas não eram as de hoje, e menos ainda as atitudes em sociedade!) — em qualquer caso, natruralmente, a moral em que se fora educado, a cultura, a personalidade, enfim, acabavam por prevalecer.

Mais tarde, no tempo de Coimbra, hipnotizou, com prévia aceitação, uma rapariga da sua convivência, que desatou a língua e foi pondo a vidinha ao sol; não seria dos mais fundos aquele poço e nele não se atulhariam grandes façanhas secretas, mas, ainda assim, começaram a surgir revelações que não se fazem de ânimo leve — por isso mandou a ética pôr fim à sessão, não sem que primeiro ficasse assegurado, para sossego da paciente, o esquecimento completo do acontecido durante a hipnose.

Depois veio o tempo do serviço militar em Mafra e nas Caldas da Rainha; aqui conheceu uma rapariga infortunada por uma paixão a que um camarada oficial já não correspondia. Pediu-lhe ela para indagar se ainda poderia ter esperanças. Abordado, o algoz foi definitivo: o desinteresse era total, havia um romance mais cativante, ela só tinha que esquecer; logo...

Acompanhada por uma irmã, que as bocas do mundo eram “bífidas” e, sabia-se lá, talvez até ele a julgasse uma qualquer, veio ao combinado encontro noturno para saber do resultado da embaixada: andara a enganá-la o malvado, mas continuava a amá-lo, lamentava-se a pobre de Cristo, debulhada em lágrimas, que parecia uma Maria Madalena!

O sofrimento parecia grande e não seria alma caridosa se não procurasse aliviá-la. Lembrou-se da telepatia e instruiu a sofredora para que, quando se deitasse, pensasse intensamente em si, que o poder benfazejo lá chegaria; e terá chegado, pois, no dia seguinte, disse sentir-se mais apaziguada! Seguiram-se mais algumas sessões (como convinha...) e a paixão passou, vejam só, substituída por outro interesse, mas que também não poderia durar muito — aquilo, ali, era como uma antecâmara onde se aguardava guia de marcha para a Guerra Colonial.

O novo desenlace, porém, já foi pacífico, pois houve o cuidado de orientar este interesse de modo a que o platonismo desse lugar, por inteiro, a um substantivo mais concreto.

Telepatia, ou talvez não.

(Imagem guiadahipnose.com.br)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

PRÉMIO EXPRESSÃO VOX POPULI 2020/21 Iniciaram-se os trabalhos do júri


      O júri do Prémio EXPRESSÃO Vox Populi 2020/21 iniciou esta segunda-feira os seus trabalhos nas modalidades de Texto (Ens. Secundário) e Fotografia (3º Ciclo). São 37 trabalhos em texto (crónica / texto de opinião) e 26 conjuntos de fotografia (sobre a Avenida Alexandre Herculano, na Guarda).

Até final de fevereiro os resultados devem ser divulgados. Os prémios são de 150 Euros (1º), 100 (2º) e 50 (3º) para cada uma das modalidades. O Prémio EXPRESSÃO Vox Populi é uma iniciativa do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque e da Fundação Vox Populi, sendo os prémios atribuídos de maneira igual pelas duas instituições.

INTERRUPÇÃO (4) Primeira página dos jornais no dia seguinte às eleições

 





Uma ideia interessante para todos no dia a seguir às eleições é comparar as primeiras páginas dos jornais portugueses. Ora comparem:

-temas comuns e não-comuns;

-espaço relativo de títulos e imagens;

-estilo direto ou sugestivo;

-espaço dedicado ao tema principal, muitos ou poucos temas;

-jogo de cores e criatividade;

-espaço de publicidade.

domingo, 24 de janeiro de 2021

INTERRUPÇÃO (3) Participa no Concurso Uma Aventura Literária 2021 até 17 de fevereiro

 

O Concurso “Uma Aventura Literária 2021”, que incide sobre as obras de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, tem o prazo de receção de trabalhos até ao dia 17 de fevereiro. Desenvolve-se em 5 modalidades:

-Recomendação de Leitura (escolha de um texto de 3 ou parágrafos de um livro das autoras para recomendação de leitura)

-Texto Original (tema livre, texto de 1 ou 2 páginas)

-Crítica (crítica aos livros da autora, 1 página)

-Desenho (desenho a preto e branco em papel A4 sobre um momento das obras)

-Olimpíadas da História (reconto de um texto das autoras)

Cada uma das modalidades incide sobre certos livros indicados no site www.uma-aventura.pt onde podes encontrar mais pormenores. O envio dos trabalhos pode ser feito pelo site ou pelo correio. Aproveita este tempo livre. Mexe-te.

sábado, 23 de janeiro de 2021

INTERRUPÇÃO (2) O site Iniciativa Educação obriga-nos a repensar a Educação

 

Teresa e Alexandre Soares dos Santos - Iniciativa Educação é um site que nos traz informações sobre as novas tendências da educação e que desenvolve iniciativas de intervenção junto de determinados grupos. A Iniciativa Educação desenvolve para já 3 projetos: AaZ – Ler Melhor, Saber Mais; Ser Pro; e Ed_On.

O primeiro, AaZ, pretende criar ajuda e recursos para os alunos que mostram logo dificuldades na escolaridade no 1º e 2º anos. O Ser Pro pretende intervir na passagem para o Ensino Secundário, tentando articular com os agentes locais a intervenção para recuperação de alunos assegurando-lhes formações profissionais adequadas às necessidades da região. O Ed_On reúne contribuições científicas sobre os mais importantes temas da atualidade na educação. Por exemplo: sabia que uma interrupção de aulas como a que agora vivemos, somada às interrupções anteriores, trará repercussões negativas para o nível académico e profissional dos nossos alunos? Sabia que a dose de “lições por plataformas Internet” pode quase não ter efeito a partir de certo momento?

Vale a pena aprofundar o que este site nos traz, naqueles 3 projetos. Dirigem o site Nuno Crato, Inês Soares dos Santos Caldas e Sara Miranda. A Direção Executiva é de Mónica Vieira e Diogo Novais. Comece por este vídeo:



sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

ESCOLA VIRTUAL Câmara ofereceu licenças da EV a alunos e professores do 1º ciclo

A Diretora Amélia Fernandes, ao meio,
com Carlos Chaves Monteiro e Lucília Monteiro 
 
Algumas professoras das escolas do 1º ciclo

A Câmara Municipal da Guarda ofereceu às escolas do 1º ciclo dos dois agrupamentos do concelho 1316 licenças da Escola Virtual correspondentes ao número de alunos e professores deste ciclo. Esta oferta trouxe à Escola-sede do Agrupamento no passado dia 12 de janeiro o Presidente da CMG, Carlos Chaves Monteiro e a vereadora da Educação, Lucília Monteiro, que, na presença dos professores e da Diretora do AEAAG, entregaram simbolicamente as licenças. O investimento, que poderá ser renovado em próximos anos, chegou aos 16.500 euros.

A Escola Virtual é uma plataforma da Porto Editora que põe à disposição da comunidade educativa muitos recursos facilitadores da aprendizagem. Espera-se assim com esta medida um aumento do sucesso escolar no 1º ciclo.

Lembre-se também que o AEAAG disponibiliza gratuitamente, nas Bibliotecas Escolares das diversas escolas, o mesmo serviço aos alunos dos restantes ciclos.

JANEIRAS Escolas do 1º Ciclo e Jardins gravaram um pequeno vídeo para a Câmara Municipal

 


Este ano as Janeiras não tiveram espetáculo no Teatro Municipal da Guarda e as crianças dos JI e Escolas do 1º ciclo também não se deslocaram à Câmara a cantar os Reis. A Câmara foi entretanto gravar as cantorias a cada escola. Lameirinhas, Augusto Gil, Bonfim e Videmonte, pelo nosso Agrupamento, participaram nas gravações. Vejam o vídeo no Facebook.

MEMÓRIAS Ex-aluno do Liceu Luís Mário Cunha conta uma história com PIDES

 

Nós, a polícia e a PIDE nos anos 60

Recordo aqui um famoso julgamento em minha casa e que acabaria na Mata Municipal, altas horas da noite aos sons dos FRA's. Reunidos na mata com a obrigatória presença do "caloiro", fomos "assaltados" por uma brigada da PSP que, de metralhadoras em punho, nos levou para a esquadra. Os atores desse "filme de terror", fomos nós, obviamente, a PSP, 2 Pides, o Governador Civil e o Dr. Maurício Glória. Teve inclusivamente cenas de agressão: Eu próprio levei um coice na perna que inda hoje me dói! Fui acusado de ter saído da fila, para tentar escutar as perguntas do chefe e "passá-las" aos meus companheiros de maneira a sabermos o que cada um haveria de responder. O cenário era o corredor de acesso ao gabinete do Chefe e os malfeitores, nós, em fila indiana, à espera de sermos chamados 1 a 1, para o interrogatório. Acusação Geral: "Estávamos a dar vivas ao general Humberto Delgado".

Autor da acusação: um conhecido "bufo" que se pavoneava passeando pela cidade desde a Praça Velha até ao Sanatório e vice-versa. Onde houvesse estudantes de capa e batina lá estava o “mirone”. Vá lá que nunca entrou no reservado do Zé da Angelina, onde decorreram bastantes julgamentos. Em minha casa (1º. Andar), 4 (quatro) julgamentos, pelo menos!

Voltando ao gabinete do Chefe, com metralhadora sobre a secretária, tinha início o interrogatório: nome, morada, identificação do pai, identificação da mãe, profissão do pai, profissão da mãe e o mais que entendesse! De seguida, para mim:

- O que é para ti o Humberto Delgado?

E depois apontando para a fotografia do Salazar perguntava:

-E aquele ali, sabes quem é? Também lhe gritaste vivas?

Acusação agravada: “tinha saído da fila, para tentar escutar as perguntas do chefe e “passá-las” aos meus companheiros de maneira a sabermos o que cada um haveria de responder!”. Alguns de nós ficámos aflitos: um camarada nosso tinha sobre si um problema com a justiça no caso de alegada condução sem carta! O meu pai foi ameaçado de ser expulso da Função Pública, o que só não foi avante por influência do seu padrinho de casamento, o Dr. (veterinário) Maurício Glória. Na minha e noutras ruas mais problemáticas, como eles diziam, de quando em vez apareciam 2 "bufos" a fazer de conta que andavam a passear! E não têm conta o que se fartaram de chatear o Zé da Angelina, onde, no reservado, se fizeram, como disse, a maior parte dos julgamentos. Ele, o nosso querido amigo dos estudantes, sempre disponível a colaborar e a apoiar as nossas Festas Académicas! Por fim, até achava graça, pois alguns dos “bufos” passaram a ser seus clientes!

Ordens superiores: podíamos andar nas ruas, até às 22 horas, mas em grupo nunca superior a 4. Quanto aos cafés, algumas das reuniões aconteciam na Madrilena (pastelaria) onde viemos mais tarde a saber que um sujeito, antigo estudante do Liceu, que namorava lá creio que uma funcionária, estava sempre encostado à vitrina que dá para a rua da Polícia. Era "informador" da Pide. Foi lá que combinámos o “o evento” e o local do julgamento! Terá escutado, eles que tinham ouvidos de tísico, e passado ao “denunciante”?. Em resumo, apenas fomos comemorar, depois do referido julgamento com o indispensável garrafão e bolos que o Zé da Angelina nos tinha oferecido, tanta e tanta vez, para além dos que lhe surripiámos! E como ele gostava de nos contar anedotas! Enquanto uns o escutavam, outros, a coberto das capas, saíam com o garrafão e, de quando em vez, com uma garrafita de jeropiga! Por fim o Governador Civil a quem, em grupo, fomos solicitar o especial favor de fazer com que a PSP não avançasse com a queixa sobre o “ignóbil crime” cometido.

Outras “Saídas Noturnas” a merecerem destaque: - A Dança das Galinhas Tontas. Um alfinete espetado na cabeça dos pobres bichos e começava a dança! Pobres donos: "Levem-nas e enterrem-nas bem longe daqui!". O gozo que esse e outros assaltos nos davam! O maior de todos aconteceu no Carvalhal Meão bem perto das 4 da matina! Outro, foi no Sabugal! Na Guarda, cresceu a vigilância! De todo impossível! Boa noite! Boa continuação!

Luís Mário Cunha

INTERRUPÇÃO (1) E que tal aproveitar para ler OS MAIAS?

 

Para encher as horas destes 15 dias de interrupção, vamos deixar uma ideia por dia. Hoje, uma sugestão de leitura.

OS MAIAS é uma obra de difícil aceitação por uma boa parte dos alunos do 11º ano. E no entanto os alunos que se atrevem a avançar, marcando um certo ritmo e entrando no jogo narrativo, acabam por achar a obra fascinante.

Como esconder as dificuldades não resolve nada, deixamos aqui os resultados de um Inquérito que a Biblioteca Escolar Vergílio Ferreira, da ESAAG, fez em 2016 aos alunos do 11º ano (cerca de 180). Eis as principais conclusões:

1.Grande parte dos alunos (cerca de 60%) começa a ler OS MAIAS já muito perto do momento da lecionação na aula (menos de um mês antes), o que os prejudica relativamente aos que já têm a obra lida.

2.Os alunos leem OS MAIAS na maior parte em pequenos períodos de menos de uma hora, não avançando assim o suficiente para ganharem fôlego e balanço, integrando-se melhor no universo da narrativa. Só 26% utilizam períodos mais longos que uma hora.

3.Cerca de um quarto dos alunos (24%) desistiram de ler OS MAIAS após as primeiras páginas, optando depois por seguir os conteúdos nas aulas e por resumos ou séries / filmes. No entanto, mesmo aqueles que leram OS MAIAS integral ou numa boa parte acabaram por consultar resumos ou séries / filmes (89%).

4.Só 14% dos alunos leram a obra completa, 25% leram entre metade e o total, 53% menos de metade e 8% não leram nada. Faltou claramente persistência. Até porque, interrogados sobre se tinham gostado da obra OS MAIAS, a maior parte dos alunos acabou por gostar (73%).

5.A extensão (64%) e a linguagem complexa (41%) foram as razões mais dadas pelos alunos para não terem lido parte do livro OS MAIAS.

Estes 15 dias de interrupção são um bom pretexto para a leitura desta obra. Vai alternando períodos mais longos (2 horas, por exemplo) com períodos mais curtos, assegurando um ritmo de cerca de 50 páginas por dia pelo menos. Vamos a isso? É que daqui a algumas semanas começam os professores a trabalhar a matéria na aula. Vais ver também que é uma obra extraordinária na análise social e na intriga amorosa. Vale a pena. Isola-te, sem TV, sem telemóvel e concentra-te.