Os alunos do 10º B e D aceitaram escrever sobre aquilo que levaria hoje em Portugal a uma nova epopeia. Ora leiam o sétimo texto, da Maria Chagas.
O
português é conhecido, aonde que vá, por ser o improvisador-mor, ou, em
linguagem totalmente informal o “desenrasca-tudo”. A porta não abria? Pode
agora ranger, mas garanto-lhe que abre. O forno elétrico deixou de funcionar?
Paciência, agora, acima de 180º graus já não é prestável, mas abaixo dessa
temperatura asseguro-lhe que está em perfeitas condições. O arroz do fundo da
panela ficou queimado? Devia ter visto como estava das primeiras vezes que fiz…
E, nos
dias de hoje, em plena pandemia, a “arte do desenrascanço” é cada vez mais
percetível: enquanto uns criam máscaras de rede, peças de roupa já
inutilizáveis que se encontravam no fundo do armário, de sacos de plástico,
entre outras bizarras opções, outros optam por usar este novo “adereço” no
queixo, porque admitamos, para nós o povo também conhecido como
“bisbilhoteiro”, não é fácil comunicar e trocar “opiniões” com uma máscara a
tapar-nos a boca e o nariz, visto que esse nem é o objetivo da sua utilização…
Mas o
melhor exemplo destes “artistas” são aqueles progenitores e educadores que,
após dois meses de clausura com os mais jovens, já sem suportarem a ideia de
aturar mais cismas, lhes dão total liberdade para… “talvez irem à praia ou à
barragem? Sim, de certeza que fomos os únicos a ter esta ideia…”
Por isso,
caso uma outra pandemia resolva surgir e eu, entediada, decida escrever uma
epopeia, vou glorificar o modo como os portugueses lidaram com a situação,
partilhando o ideal (quase coletivo) do nosso povo de “Faz o que eu digo, não
faças o que eu faço”.
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