"Caro professor, ele
terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros,
mas por favor diga-lhe que, por cada vilão há um herói, que por cada egoísta,
há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que por cada inimigo haverá
também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda
encontrada, ensine-o a perder mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da
inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o
maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros do
céu, as flores do campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os
amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa,
ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos. Ensine-o a ser
gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio
simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir a
todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando está
triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram. Ensine-o a ignorar
as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que
tem razão.
Trate-o bem, mas não o
mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser
impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé
sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou a
pedir muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."
Esta é a carta que um pai do
século XIX escreveu ao professor do seu filho e há quem a atribua a Abraham Lincoln.
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